A FORÇA MISTERIOSA DOS MÁRTIRES
Jo 12,24-26
Se o grão de trigo morre, então produz muito fruto (Jo 12, 24)
Com seu testemunho corajoso os mártires, entre eles Lourenço cuja festa comemoramos hoje, são sinais e sementes de vitalidade da comunidade cristã.
Quem quiser salvar sua vida, haverá de perdê-la. Os que dão a vida para serem fiéis ao Cristo e ao Evangelho ocupam as páginas mais nobres do álbum da Igreja que nasceu do Espírito de Deus e do dom da vida de Cristo, o mártir do Calvário.
Há esse martírio sofrido pelo derramamento do sangue dos fiéis, mas há outro,quem sabe tão ou mais valioso ainda: o martírio de todos os dias....o fazer a vontade de Deus no dia a dia da vida.
Transcrevemos textos de comentário de autores espanhóis sobre o martírio de Lourenço: “Quando o Imperador ordenou-lhe entregar os tesouros da Igreja, Lourenço se apresentou ao juiz com os pobres de Roma: “Aqui estão os tesouros da Igreja”.
Imediatamente o Imperador ordenou que fosse torturado até a morte. A Passio conta que convidado ainda a sacrificar aos ídolos respondeu : “Ofereço-me a Deus como sacrifício de suave odor, porque um espírito contrito é um sacrifício prestado a Deus.”
João Paulo II na memória jubilar dos mártires do século XX, no Coliseu, comentando o texto de João 12,25, disse: “ Trata-se de uma verdade que o mundo contemporâneo rechaça e despreza, fazendo do amor para si mesmo o supremo critério da existência. As testemunhas da fé que são os mártires nos falam com seu exemplo. Estes não buscaram os próprios interesses, seu próprio bem estar nem sua sobrevivência como se tais fossem valores maiores do que a fidelidade ao Evangelho. Fizeram resistência ao mal a partir de sua fragilidade. Nessa mesma fragilidade resplandeceu a força da fé e a graça do Senhor”.
“Não poderíamos produzir melhor fruto de amor do que o exemplo da imitação: Cristo sofreu por nós, deixando-nos o exemplo para seguir as suas pegadas (1Pd 2,21). Nesta frase, parece que o apóstolo Pedro quer dizer que Cristo sofreu apenas por aqueles que seguem suas pegadas e que a morte de Cristo não aproveita senão àqueles que caminham no seu seguimento. Seguiram-nos os santos mártires até a efusão do sangue, até a semelhança da paixão: seguiram-no os mártires, porém não só eles. Depois que estes passaram, a ponte não foi cortada; ou depois que beberam a fonte não secou” (S. Agostinho Lit. Horas IV, p. 1178).
Há muitos mártires em Igrejas de todos os continentes. No século XX muitos leigos, religiosos e sacerdotes foram torturados e deram sua vida pelo Cristo inclusive entre nós. Eles, com efeito, foram e continuam sendo sementeira do Reino.
Por: Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM
Fonte: Paulinas
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