segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Francisco e Clara são iguais

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Na visão de Jesus Cristo, no apaixonado amor por ele, na vontade de representar seus traços de Filho e de irmão menor e de segui-lo como discípulos, irmãos, mães.

 

Na visão de Deus Pai, o Bem, todo o Bem, do qual se sentem filhos, e que sem cessar o invocam: Pai nosso!

 

Na docilidade ao Espírito do Senhor e seu santo modo de operar, como seus esposos.

 

Na vida trinitária, ao se oferecerem para morada de Deus trino.

 

Na visão de Maria, pobrezinha, disposta a ouvir a Palavra de Deus e a servir os irmãos.

 

No dinamismo de conversão, prontos a acolher o amor de Deus até o esquecimento de si.

 

No radicalismo evangélico que os anima a procurar a pobreza interior e exterior como forma de estar diante de Deus e da criação.

 

Na dedicação à contemplação, à celebração de Deus e de sua obra de amor em Cristo, na criação, na providência e na renúncia às comodidades, ao sucesso, a egoísmo, alegres por viver só para Deus, na virgindade e obediência.

 

No amor à Palavra de Deus, à celebração litúrgica vivida de maneira simples mas profunda, à Eucaristia.

 

No olhar cheio de amor e de paz pela criação e pelas criaturas.

 

Na visão de uma fraternidade vivida na igualdade, no serviço humilde, animados por sentimentos maternos. Mesmo a autoridade eles a vivem como maternidade.

 

No gosto pela minoridade, pelo último lugar, pela simplicidade.

 

No amor e na submissão à Igreja.

 

Na paixão apostólica pela salvação dos homens e no esforço de colaborar para o crescimento do Reino de Deus.

 

(Frei Hermann Schalück, Ministro Geral, em setembro de 1996, no Congresso dos Assistentes das Contemplativas da Família Franciscana, na Porciúncula)

sábado, 22 de agosto de 2009

Que família queremos?

 

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Quando uma criança  nasce, através do relacionamento de seus pais começa a fazer parte de uma tradição familiar que tem raízes muito mais antigas. Com o dom da vida se recebe todo um patrimônio de experiência.  A este respeito os pais têm o direito e o dever inalienável de o transmitir aos filhos: educá-los no descobrimento de sua identidade, introduzi-los na vida social, na prática de sua liberdade moral e da sua capacidade de amar através da experiência de serem amados, sobretudo, no encontro com Deus. Os filhos crescem e maturam humanamente na medida em que acolhem com confiança esse patrimônio e essa educação que vão assumindo progressivamente.


Bento XVI, Homilia pronunciada na missa de encerramento do
V Congresso Mundial das Famílias, 9 de julho de 2006

 

Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM

1. Acreditamos na família. Temos a mais profunda convicção de que ela é berço de humanidade, escola de solidariedade, lugar de encontro de pessoas, espaço de aprendizado das coisas elementares da vida, esfera onde todos podem encontrar o rosto de Deus. João Paulo II tem razão ao afirmar: “O futuro da humanidade passa pela família”.


2. Mas que família queremos? Não defendemos qualquer contrato ou consorcio, mas a fundação de uma comunidade de vida e de amor., espaço de comunhão de pessoas, âmbito de profundo e efetivo bem querer, A família nasce e se funda no encontro de um homem e de uma mulher relativamente maduros, na indizível experiência de um amor não interesseiro, homem e mulher conscientes da grandeza e do mistério de sua união e da família que fundam.


3. Os que se casam traçam em grandes linhas um projeto de vida. Não se unem de qualquer modo, sem lenço e sem documento, sem compromisso. Os que se casam dizem um sim decidido, generoso, pensado e sincero. Tudo é inaugurado com um quero que colorirá toda a vida conjugal e familiar. Os que se casam são pessoas profundamente fiéis.


4. Há um projeto conjugal, linhas de atenção para com o cônjuge. Esse projeto exige amor, renúncia, desdobramentos e atenções mútuas. Ninguém se casa pensando na eventualidade da separação. Não se pode descartar uma pessoa como um par de chinelos. O projeto conjugal comporta revisões e reorientações de rumo dentro do pano de fundo do bem querer. Ele pode se resumir na auscultação dos desejos mais profundos de um ser que resolveu partilhar a vida com um outro.


5. Há o projeto dos filhos. Os que se casam são administradores da vida, colaboradores da obra da criação. Resolvem colocar filhos no mundo e deles se ocupar com diligência, pertinácia e um grande amor. Os filhos não são coisas, mas dom de Deus aos pais e ao mundo e mesmo antes de terem nascido já foram amados por Cristo Jesus que por elas deu a vida. Nossas crianças não podem ficar entregues a si mesmas, formadas pela televisão e pela internet. Não podem ser trapos humanos.


6. Há um projeto conjugal e familiar pautado na fé cristã. Assim, os que se casam e colocam filhos no mundo iluminam suas vidas, seus dias com a claridade que vem do mistério de Cristo Jesus. Há uma espiritualidade conjugal e familiar a ser sempre de novo desenvolvida. A família não é um hotel ou um espaço para fugir são sol e da chuva, mas Igreja doméstica. Nesse contexto vale lembrar as palavras de João Crisóstomo que, por primeiro, designa a casa como Igreja. “Voltando às vossas casas, preparai duas mesas: uma para o alimento do corpo e a outra com o alimento da Sagrada Escritura. O marido repita o que foi dito na assembléia santa, a mulher se instrua e os filhos escutem. Cada um de vós faça de sua casa uma Igreja. Não sois responsáveis pela salvação de vossos filhos? Não devereis um dia prestar contas desta missão? Como nós pastores temos que prestar conta de vossas almas, assim vós, pais de família, deverão responder diante de Deus por todas as pessoas de vossa casa”.


7. Queremos famílias que não se deixem entorpecer pelo consumismo, pelo desejo de posse, sempre de novas posses, carro novo, roupa nova, tudo descartável. Queremos uma família que tenha senso crítico, que questione o mundo à sua volta, mundo de indiferença, mundo alienado, mundo sem metas e ideal, mundo que defende o desfrutar egoísta de tudo e que não manifesta interesse algum por tudo aquilo que se passa no coração dos outros, mundo que não tem escrúpulos em aliciar crianças para o tétrico mundo do narcotráfico. Queremos uma família que permita que seus filhos sejam gente, pessoas de pé e não meros robôs de uma sociedade doente.


8. Desejamos famílias abertas ao mundo e a outras famílias. Não basta que casais se encontrem com casais para coisas banais. Há uma interdependência entre as famílias que precisa ser cultivada em encontros sérios, sólidos, cheios de discernimento e iluminados pelo Espírito que mostra caminhos novos para o mundo.


9. Queremos uma família que tenha a delicadeza de buscar a Deus, que se reúna em torno da mesa das refeições e da Palavra do Senhor, pessoas que aos poucos vão aprendendo a se vestir das virtudes da ajuda mútua, do serviço, da atenção e do carinho de uns pelos outros. Queremos famílias que ofereçam a hospitalidade do coração.


10. Pensamos numa família que tenha respeito pela vida de modo muito especial pelas crianças que ainda não nasceram, respeito pela pureza das crianças que não podem ser abusadas sexualmente, respeito pelos idosos. Protestamos de modo particular contra o aborto e a eutanásia.


11. Há muitos que sofrem no seio de nossas famílias. Há casamentos que começaram mal e mal continuaram. Há paixões secretas eternamente ocultadas. Há arranhões que ardem e feridas que se recusam a cicatrizar. Há crianças sozinhas esperando um olhar de ternura, um meigo e suave afago que não lhes pode ser negado.

 

A família é uma célula em que os esposos se escolhem e assumem compromisso um com o outro de maneira definitiva. Aceitam, de antemão, viver juntos os imprevistos do futuro. Propõem-se a dar carne a este amanhã através dos filhos que desejam ter. Este pacto fundador é um pacto de aliança. Não se trata apenas de uma contrato privado que pode ser desfeito quando as cláusulas não são respeitadas e os compromissos não são observados. Trata-se de um pacto definitivo. Sua solidez, sua indissolubilidade são a base sobre a qual se funda um relacionamento de amor que apóia na mútua confiança. O amor que vai aos poucos se solidificando, liberta-se da sedução. Os casados se amam porque se escolheram (D. André Vingt-Trois, arcebispo de Paris).

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Que ninguém considere como propriedade sua o cargo de prelado

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“Não vim para ser servido mas para servir” (Mt 20,28), diz o Senhor.

Os que estão constituídos sobre os outros não se vangloriem dessa superioridade mais do que se estivessem encarregados de lavar os pés aos irmãos. E se a privação do cargo de superior os perturba mais que a prirvação do encargo de lavar os pés, amontoam para si tanto mais riquezas com perigo para sua alma.

 

Adm 4. Fontes Franciscanas

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

De como se reconhece o Espírito do Senhor

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“Eis o meio de reconhecer se o servo de Deus tem o Espírito do Senhor. Se Deus por meio dele operar alguma boa obra, e ele não o atribuir a si, pois o seu próprio eu é sempre inimigo de todo bem, mas antes considerar como ele próprio é insignificante e se julgar menor que todos os outro homens.”

Admoestação 12 – Fontes Franciscanas

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Clara, plantinha de São Francisco de Assis

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Clara de nome, Clara na vida, Claríssima nas virtudes.

UMA FLOR NO JARDIM DE SÃO DAMIÃO

 

Senhor  Deus Altíssimo, bom e amável Salvador!
Tu és o Senhor Jesus,
tu te aninhaste no seio transparente de Maria, de Maria de Nazaré.
Na singeleza e transparência tu te tornaste uma criança.
Ali te revestiste dos trajes pobres de nossa humanidade.
No presépio procuraste o alimento do leite de tua mãe,
acolheste o carinho dos pastores pobres.
Na fragilidade do presépio, Senhor Jesus, tu solicitas o nosso amor.
Tu foste um frágil condenado à morte e abandonado no alto da cruz.
Tu és  Deus pobre e frágil.

 

Tu, Jesus pobre e despojado, encantaste o coração de Francisco
e tocaste as fibras mais íntimas da Irmã Clara.
Nós te louvamos pela vida da Clara, de Clara de São Damião, da  Clara pobre e luminosa!
Senhor Jesus, ela abraçou tua pobreza e tua humilhação.
Nós te damos graças pela vida simples de oração diurna e noturna de Irmã Clara.
Nós te damos graças por sua vida de irmã, de irmã e mãe de mulheres despojadas e contemplativas, pobres e orantes, pobres e puras.
Nós te damos graças por Clara, tão amiga, tão discípula de Francisco, ela a plantinha do Seráfico Francisco.
Mas tão forte, tão corajosa, tão seguidora da pobreza.
Nós te bendizemos pelos trabalhos simples e escondidos que Clara e suas irmãs fizeram nas pobres dependências de São Damião.
Nós te louvamos pela coragem de Clara em sua longa doença.
Nós te pedimos, por intercessão de Clara, pela televisão para que através desse instrumento possamos chegar mais perto das coisas do alto e das realidades luminosas.
Santa Clara, clareai nossos caminhos!!!

Frei Almir Ribeiro Guimarães

 

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BÊNÇÃO DE SANTA CLARA DE ASSIS


Deixada por Santa Clara para as suas filhas espirituais (as clarissas) presentes e futuras e para todos nós, seus irmãos.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

O Senhor as abençoe e guarde. Mostre-lhes o seu rosto e tenha misericórdia de vocês.

Volte a sua face para vocês e lhes dê a paz, a vocês minhas irmãs e filhas, e a todas as outras que vierem e permanecerem em sua comunidade, e a todas as outras, tanto presentes quanto futuras, que perseverarem até o fim nos outros mosteiros das senhoras pobres.

Eu,Clara, serva de Cristo, plantinha do nosso bem-aventurado pai São Francisco, irmã e mãe de vocês e das outras irmãs pobres, embora indigna, rogo a nosso Senhor Jesus Cristo, por sua misericórdia e por intercessão de sua santíssima Mãe Santa Maria, de São Miguel Arcanjo e de todos osanjos de Deus, do nosso bem-aventurado pai Francisco e de todos os santos e santas, que o próprio Pai celeste lhes dê e confirme esta sua santíssima bênção no céu e na terra:na terra, fazendo-as crescer na graça e em virtude entre seus servos e servas na sua Igreja militante; no céu, exaltando-as e glorificando-as na Igreja triunfante entre os seus santos e santas.

E as abençôo em minha vida e depois de minha morte, como posso, com todas as bênção com que o Pai das misericórdias abençoou e abençoará seus filhos e filhas no céu e na terra,e com os quais um pai e uma mãe espiritual abençoaram e abençoarão seus filhos e filhas espirituais. Amém.

Amem sempre as suas almas e as de todas as suas Irmãs,e sejam sempre solícitas na observância do que prometeram a Deus.

O Senhor esteja sempre com vocês e oxalá estejam vocês também sempre com Ele. Amém.

 

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São Lourenço, Mártir

 

A FORÇA MISTERIOSA DOS MÁRTIRES

 

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Jo 12,24-26
Se o grão de trigo morre, então produz muito fruto (Jo 12, 24)

Com seu testemunho corajoso os mártires, entre eles Lourenço cuja festa comemoramos hoje, são sinais e sementes de vitalidade da comunidade cristã.
Quem  quiser salvar sua vida, haverá de perdê-la. Os que dão a vida para serem fiéis ao Cristo e ao Evangelho ocupam as páginas mais nobres do álbum da Igreja que nasceu do Espírito de Deus e do dom da vida de Cristo, o mártir do Calvário.


Há esse martírio sofrido pelo derramamento do sangue dos fiéis, mas há outro,quem sabe tão ou mais valioso ainda: o martírio de todos os dias....o fazer a vontade de Deus no dia a dia da vida.


Transcrevemos textos de comentário de autores espanhóis sobre o martírio de Lourenço: “Quando o Imperador ordenou-lhe entregar os tesouros da Igreja, Lourenço se apresentou ao juiz com os pobres de Roma: “Aqui estão os tesouros da Igreja”. 


Imediatamente o Imperador ordenou que fosse torturado até a morte.  A Passio conta que convidado ainda a sacrificar aos ídolos respondeu : “Ofereço-me a Deus como sacrifício de suave odor, porque um espírito contrito é um sacrifício prestado a Deus.”

 

João Paulo II na memória jubilar dos mártires do século XX, no Coliseu, comentando o texto de João  12,25, disse: “ Trata-se de uma verdade que o mundo contemporâneo  rechaça e despreza, fazendo do amor para si mesmo o supremo critério da existência.  As testemunhas da fé que são os mártires nos falam com seu exemplo. Estes não buscaram os próprios interesses, seu próprio bem estar nem sua sobrevivência  como se tais fossem valores maiores do que a fidelidade ao Evangelho.   Fizeram resistência ao mal a partir de sua fragilidade. Nessa mesma fragilidade resplandeceu  a força da fé e a graça do Senhor”.


“Não poderíamos produzir melhor fruto de amor do que o exemplo da imitação: Cristo sofreu por nós, deixando-nos o exemplo para seguir as suas pegadas (1Pd 2,21).  Nesta frase, parece que o apóstolo Pedro quer dizer que  Cristo sofreu apenas por aqueles que seguem suas pegadas e que a morte de Cristo não aproveita senão àqueles que caminham no seu seguimento. Seguiram-nos os santos mártires até a efusão do sangue, até a semelhança da paixão: seguiram-no os mártires, porém não só eles. Depois que estes passaram, a ponte não foi cortada; ou depois que beberam a fonte não secou”  (S. Agostinho  Lit. Horas IV, p. 1178).


Há muitos mártires em Igrejas de todos os continentes. No século XX muitos leigos, religiosos  e sacerdotes foram torturados e deram sua vida pelo  Cristo inclusive entre nós.  Eles,  com efeito, foram e continuam sendo sementeira do Reino.

 

Por: Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM

Fonte: Paulinas

domingo, 2 de agosto de 2009

Comunicação ao Clero, Religiosos e Fiéis Católicos da Arquidiocese de Niterói

Comunicação ao Clero, Religiosos e Fiéis Católicos da Arquidiocese de Niterói

Como é do conhecimento de todos, nosso País já foi atingido pela pandemia conhecida como "Gripe suína". Nosso Estado do Rio de Janeiro já registrou um número razoável de casos, com óbito inclusive.

As Autoridades Sanitárias estão se esforçando para veicular informações e orientações que ajudem a evitar um maior avanço desta gripe.

Nossa Arquidiocese de Niterói sente-se no dever de colaborar com este trabalho de esclarecimento e orientação da Comunidade.

Sendo assim, determinamos que em todas as nossas igrejas e capelas sejam observadas as seguintes normas:

 

1) Nas celebrações da Santa Missa fica suspenso, por tempo indeterminado, o rito da Paz.

 

2) Os sacerdotes, diáconos e ministros extraordinários da Sagrada Comunhão deverão colocar a Hóstia Consagrada, o Corpo do Senhor, na mão de cada

fiel e não na boca, suspenda-se a comunhão sob duas espécies até novas determinações.

Os Fiéis observem atentamente o modo de receber a Comunhão na palma da mão e comunguem na frente do celebrante ou do ministro.

 

3) Nas nossas celebrações, quando se fizer necessário, abra-se um espaço para as Equipes Sanitárias veicularem informações sobre esta epidemia.

 

4) Os Párocos cuidem de mandar abrir todas as janelas e portas dos templos para uma maior circulação do ar.

 

5) Fiéis católicos com alguma síndrome gripal evitem de participar de retiros espirituais ou cursos doutrinais de formação, até se restabelecerem.

 

6)  Na oração do Pai Nosso, os Fiéis não se dêem as mãos.

 

Estas determinações sejam lidas em todas as missas em nossas paróquias e comunidades durante vários fins de semana e domingos.

 

Niterói, 22 de julho de 2009.

+ D. Fr. Alano Maria Pena OP
Arcebispo Metropolitano de Niterói

+ D. Roberto Francisco Ferrería Paz
Bispo Auxiliar de Niterói

Fonte : Arqudiocese de Niterói