terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Aos meus amigos


Carinho é fonte energética.
Carinho é caminho de amor.
Carinho nunca é demais.
A afetividade é importante, sim.
Pois, como um ser humano ainda imperfeito,
ainda aprendiz, pode bastar-se a si mesmo?
Não, amigos, a individualidade, sem dúvida,
é direito de cada um de nós.
Mas, em excesso, é egoísmo.

Viemos aqui para aprender.
Aprendizagem é sinônimo de troca de experiências,
troca de energia, troca de informações,
troca de afeto, troca e troca...

Carinho é plumagem bonita, macia, gostosa de sentir.
Quem dá afeto se fortifica;quem o recebe se acalma,
se tranqüiliza, se equilibra.

Carinho é sinônimo de amor, amigos.
Amor é bálsamo para a nossa condição de criança espiritual.
Criança precisa de amor para crescer psicologicamente,
afetivamente e fisicamente saudável.

Criança precisa de apoio e de muita troca.
Portanto, também nós precisamos de afeto.
Não esqueçam desse detalhe amigos:
amor é fonte de energia, é vida, é crescimento.
Dêem e aceitem todo o tipo de afeto com verdadeiro amor.
(Castilho)(Texto psicografado e autorizado pela SEGRAV)

Agradeço a todos os meus amigos que estiveram comigo, este ano, em todas as horas. Na alegria, na dor, na enfermidade, no trabalho....agradeço àqueles que ajudaram a enxugar minhas lágrimas na tempestade e à todos que me olharam e me trataram com igualdade e não com altivez.

Agradeço a falta de pressa, o olho no olho, a fidelidade, a partilha de qualquer forma, a companhia, a lealdade, a tolerância, o doar-se, o esvaziar-se...
Agradeço a todos que descobri que são verdadeiramente meus irmãos, independente de religião, pastoral, espiritualidade, raça, sexo, tampouco distância, pois aprendi que distância não existe quando se decide por Amar.

Particularmente descobri e vi verdadeira luz entre vocês , que iluminou a minha vida e clareou a minha mente, o que me fez perceber quem está realmente disposto a abraçar a Cruz Divina com Amor e a batalhar pela reconstrução da Igreja.
Agradeço a Deus, Todo Poderoso, pela abundância de seus benefícios em minha vida e na vida de vocês este ano. E rogo-Lhe que abençõe a todos e conceda toda paz, saúde, felicidade e perseverança nas dificuldades neste ano vindouro.

Amo vocês!!!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Súplica de Fim de Ano


“Nós vos louvamos, Pai Nosso, com os que sabem louvar-vos.
Nós vos louvamos com o louvor de vosso Filho Jesus Cristo
E com o canto de Maria.
Nós vos louvamos com o Te Deum laudamus
e com o cântico ao irmão sol de Francisco de Assis”.


“Por doze vezes seja louvado”.


Nós vos louvamos
Com a voz dos três jovens mais fortes que as chamas
No fundo da Babilônia
E com a oração breve das crianças,
De cujos lábios brota o melhor louvor”


“Por doze vezes sede louvado”.


“Aceita também que vos louvemos agora
Com os sinos de fim de ano,
Que nos falam de vós como Senhor do Tempo
E de nossa alegria de vivê-lo”.

“Por doze vezes seja louvado”.


“Nós vos damos graças
Pelo ano de vida que nos destes
E pelo ano de história que fizestes conosco.
Recomendamo-vos
Aqueles que não terminaram o ano em nossa casa
Porque os chamastes para vossa casa paterna”.

“Por doze vezes seja louvado”.


“E começamos louvando-vos
Pelos responsáveis da Igreja
Que custodiam a herança da fé
E pelos profetas cristãos
Que a interpretam pelas vozes do Espírito
E os sinais dos tempos.
Nós vos louvamos
Pela luz incessante
Com que esclareceis a partir do Evangelho
O destino do ser humano
E a libertação dos pobres da terra”.


“Por doze vezes seja louvado”.


“Nós vos louvamos
Pelas Bem-aventuranças de Jesus
E pela mensagem social da Igreja.
Pelos santos canonizados este ano
E pelos fiéis nos quais
Se configura a santidade oculta da Igreja”

“Por doze vezes seja louvado”.


“Nós vos louvamos também
Pelos homens e mulheres de boa vontade
Ou de ânimo conciliador
Que trabalharam para melhorar o mundo”.

“Por doze vezes seja louvado”.


“E sede louvado, Pai,
Pelos que serviram o próximo
Em caridade, em justiça,
Em promoção humana,
Pelos que ensinam aos que não sabem
Ler, pensar, opinar
Em uma sociedade que se aproveita
Da ignorância de quem é simples”.

“Por doze vezes sede louvado”.


“E com alegria vos louvamos
Por todos aqueles que nasceram este ano,
Chamados a compartilhar conosco
A mesa da terra
E o Reino dos Céus.
Por eles e por nós,
Agora vos pedimos
Que estendais vossa misericórdia,
Capaz de fazer o bem onde o mal tem poder
Sobre o que ainda resiste ao vosso louvor”.

“Por doze vezes sede louvado”.


“Mas em vós, Senhor, esperamos
Um ano e outro,
E sabemos que nossa esperança
Não será defraudada para sempre”.

Por doze vezes sede louvado”.
Amém.

(José Luis Blanco – extraída do livro “Celebrações da Comunidade”, de Casiano Floristán)

domingo, 28 de dezembro de 2008

Receita de ano novo


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?)


Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo,
eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
(Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Viva a vida e faça dela um eterno Natal!


É muito triste perceber que vivemos num mundo de pessoas apressadas, fechadas, embotadas. È insuportável dar-se conta de que vivemos num mundo de zumbis, mortos vivos, que se preocupam apenas com o ter e esquecem de viver.

As pessoas estão sempre apressadas. Existe pressa para tudo, pressa para chegar ao trabalho, para sair dele, pressa para comer, para beber, para dormir, para comprar, para ganhar dinheiro. Só não existe pressa para viver, para aproveitar o que realmente há de bom na vida, principalmente amar!

Por onde quer que andemos, encontramos rostos sem expressão ou com expressão de pressa, de urgência, mas é uma urgência de ter, de conseguir sempre mais e quanto mais se tem, mais se deseja ter; e assim nos afundamos na pressa, nos tornamos prisioneiros da pressa, dos passos rápidos, firmes.

Na pressa vamos caminhando ligeiramente recordando todos os compromissos, vamos fazendo planos para ter mais, para ser mais... Temos pressa, na fila do banco, no transito, nos bares e restaurantes, estamos sempre correndo contra o relógio. 24 horas parecem muito pouco para quem tanto a realizar, é preciso correr!

E na pressa nos esfriamos, deixamos de lado o amor, a verdadeira alegria de ser benção na vida do outro. Tornamos-nos máquinas frias e sem vida, zumbis, mortos vivos.

Quantos jovens estão na droga, na prostituição porque seus pais estavam apressados, ocupados demais em ter, em acumular, em progredir, que não foram capazes de cuidar do bem mais precioso que são seus filhos. Foram capazes de pagar aulas de inglês, espanhol, dar toda sorte de bens materiais, mãos foram incapazes de gastar alguns minutos dando o que seus filhos mais precisam: Amor!

É muito bonito, muito fácil, gritar, se indignar diante dos noticiários da TV, lamentar ao descobrir que seus filhos estão no submundo, mas porque ninguém para pra pensar onde é que esta o erro, o que esta causando tudo isto? Porque ninguém diz, que tudo isto é culpa da presa diária, do egoísmo, da avareza, da busca desenfreada pelo ter mais?

Se o mundo está à beira do colapso, se deve integralmente as ações humanas. È por causa da pressa em ter, em buscar sempre mais o material. As pessoas passam pela vida como quem dirige seu carro numa rodovia a mais de 200 km/h, passa por tantas coisas belas, mas não aproveita, não observa a beleza a sua volta pois a pressa o cega, a velocidade o impede de perceber beleza nos vultos que se passam em seu pára-brisas, ou que se refletem eu seus retrovisores deixando visível apenas a negrura do asfalto. Sim, é assim a vida de quem tem pressa, uma imensa e negra estrada! Quem corre na vida vê apenas o lado ruim, o lado negro da vida como quem corre no asfalto vê apenas os buracos da estrada.

As pessoas estão cada vez mais fechadas, embotadas, são sim, zumbis, mortos vivos, escravos da pressa, da busca incessante pelo material, são seres incompletos, incapazes de ver as belezas da vida, são incapazes de um gesto de generosidade, são incapazes de parar um segundinho para observar os pássaros, a beleza de uma flor; e principalmente incapazes de amar!

As pessoas se mostram cada vez mais desconectadas da realidade, vivem num pseudomundo; num mundinho fechado, numa redoma de egoísmo, completamente incapazes de amar, de se importar com o outro, incapazes de um ato de generosidade, de um estender a mão. As pessoas na pressa esquecem de que possuem um coração, esquecem da importância de amar. As pessoas passam pela vida tão apressadamente que morrem sem nunca ter vivido...

“Pior que morrer é passar pela vida sem nunca ter vivido!”

Infelizmente há quem passe pela vida sem nunca ter vivido, há quem passe pela vida sem ter acrescentado nada de bom, sem nunca ter amado, porque quem se preocupa apenas com a acumulação material não vive, vegeta na escravidão da pressa, do egoísmo, da loucura pelo ter e pelo poder!

Meu desejo de Natal, é que este não seja mais um Natal de zumbis que repetem frases feitas de feliz natal, se lançam na bebedeira e na ansia em ganhar presentes, e presentes bons, caros... Que este seja o Natal de pessoas vivas, pessoas com o coração cheio de esperança, cheio de amor; que seja o Natal de pessoas generosas, pacientes, tranqüilas, dispostas a partilhar o quem tem com aqueles que nada possuem; que este seja um Natal em que os zumbis desaparecem da face da terra dando lugar a pessoas generosas, dispostas a partilhar, a viver no amor; que seja um natal de pais que dividem alegrias e lagrimas com seus filhos, o Natal das famílias unidas, restauradas; que seja o Natal do reencontro, do renascimento, onde as pessoas descobrem a beleza de viver. Que todos percebam o quanto a vida é bela e que a vida foi feita para ser vivida. Que todos possam dar e receber o maior de todos os presentes, o bem mais precioso que alguém pode receber: o Amor! E que então todo dia seja Natal!

Que o Autor da Vida, o Senhor da Vida, nos abençoe para que vivamos em plenitude, na plenitude do amor e se assim for do seu agrado, que alcancemos na eternidade a vida em plenitude. Amém!

Por: Théo Freire

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Oração Diante do Presépio


Menino das palhas, Menino Jesus, menino de Maria, aqui estou diante de ti.
Tu viestes de mansinho, na calada da noite, no silêncio das coisas que não fazem ruído.
Tu é o menino amável e santíssimo, deitado nas palhas porque não havia lugar para ti na casa dos homens tão ocupados e tão cheios de si.
Dá a meus lábios a doçura do mel e à minha voz o brilho do cantar da cotovia, para dizer que vieste encher de sentido os dias de minha vida.
Não estou só: tu és o companheiro de minha vida, tu choras as minhas lágrimas, e tu te alegras com minhas alegrias, porque tu és meu irmão.
Tu viestes te instalar feito um posseiro dentro de mim e não quero que teu lugar seja ocupado pelo egoísmo que me mata e me aniquila, pelo orgulho que sobe à cabeça, e pelo desespero.
Sei, Menino de Maria, que a partir de agora, não há mais razão para desesperar porque Deus grande, belo, Deus magnífico e altíssimo se tornou meu irmão.
Santa Maria, Mãe do Senhor, Palácio de Deus, catedral iluminada do altíssimo, tu estás perto do Menino que envolves em faixas com carinho preparadas por tua mão.
José, bom José, carpinteiro de mãos duras, coração abençoado, homem justo guarda de meu Menino das Palhas, protege esse Deus que se tornou mendigo do nosso amor.
Oh Menino Jesus, Hoje é festa de claridade e dia de luz.
Tu nascestes para os homens na terra de Belém.
Dá que contemplando o teu presépio, eu possa imprimir na minha alma, o mistério da tua encarnação.
Faze, que eu possa manifestar em minha vida, junto às pessoas que me cercam, o singelo segredo da bondade que apareceu no meio de nós.
Obrigado Jesus, pelo teu Natal, pelo nosso Natal, Amém.

Por: Francisco Magaldi/José Lourenço. Adaptação do texto: Padre Jorjão.

Natal : Vida – Nascimento, Paixão e Ressurreição


Natal, Natividade, Nascimento, Vida. Dia de graça que celebramos o dom da vida dAquele que veio pra nos salvar. Menino nascido nas palhas, nu, pobre e humilde. Menino que veio para anunciar e mostrar a Realeza, a Verdade insculpida no mais precioso dos bens: o Amor. Amor sublime e verdadeiro, do qual extraímos as maiores riquezas que nos fazer crescer e nos tornar verdadeiros homens, homens perfeitos aos olhos do Pai.

Mostrou-nos em seu nascimento e em sua existência a importância da pobreza, que ensina a nos despojar do que nos afasta de Deus e os faz despojar, através da doação e do sentimento de posse, de coisas, de pessoas. O despojamento nos remete a multiplicação, a partilha, a igualdade, a justiça.

Mostrou-nos a humildade, através do serviço, do rebaixamento de verdadeiros discípulos, de verdadeiros adoradores, de verdadeiros apóstolos, que aprenderam a lavar os pés uns dos outros com o exemplo de seu mestre.

Rogo ao Senhor essa força de amar sem medida, que me faz lavar os pés de meus irmãos diariamente, no serviço ao próximo.

Mostrou-nos a caridade, estando ao lado e servindo os fracos e pequeninos, os desprezados e marginalizados pela sociedade que os massacra e oprime.

Menino Deus, humilde, que vem até nós todos os dias, descendo de seu trono real ao seio da Virgem, às mãos do sacerdote, o qual é consagrado sob a aparência humilde do pão sagrado. Creiamos, pois, que é o nosso Deus Vivo e Verdadeiro, presente no Sagrado Sacramento do Amor, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade – nosso maior alimento. Sem Ele não vivemos. Sem Ele não há vida.

Nascimento, Paixão e Ressurreição. Eis o caminho percorrido pelo menino Deus, que se fez homem e habitou entre nós. Eis o caminho a ser percorrido pelo Cristão, rumo a Jerusalém Celeste.

Deus humilde e pobre no nascimento.
Deus humilde e humilhado em sua paixão.
Deus humilde e glorioso em sua ressurreição.
Diante de tamanha grandeza e realeza, só nos basta dizer, assim como Maria:

“Senhor, eis-me aqui! Faça-se!” ao Senhor que se doa todos os dias a nós e está sempre a dizer:
“Eu sou o pão da vida. Quem comer deste pão viverá eternamente”
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida”
“Eu vim para que todos tenham vida e a tenha em abundância.”
“Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos.”

Natal não é utopia. Natal é realidade, pois a vida não é utopia, é realidade.
Infelizmente a nossa realidade é triste, pois esta celebração deveria ser vivida todos os dias, através do milagre da multiplicação, através da partilha. Se cada um dividisse um pãozinho no meio e partisse um peixinho ao meio e desse a quem não tem nada, seria um milagre e daí por diante. E não seria somente a metade, seriam dois, ao olhar do otimista. O Cristão deve ser otimista, inquieto, diante da realidade existente. “Senhor, minhas mãos solicitas... Meu cansaço, que aos outros descansem...”
Triste realidade do egoísmo e da soberba, que mata milhares dos filhos de Deus, nossos irmãos, diariamente. Difícil arregaçar as mangas sem saber o que fazer, para onde ir, por onde começar... Recorro diariamente à pergunta do Seráfico Pai Francisco: “Senhor, que queres que eu faça? Senhor, que queres de mim? Mostra-me os teus caminhos. Senhor que queres de mim?”

“Eu vim para que todos tenham vida e a tenha em abundância.”

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Mais uma vez


Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei

Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem

Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja a nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança

Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei

Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem

Nunca deixe que lhe digam
Que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende

Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança

(Flávio Venturini / Renato Russo)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Nossa Senhora de Guadalupe - 12 de Dezembro



Como toda aparição de Nossa Senhora, a que é venerada hoje é emocionante também. Talvez esta seja uma das mais comoventes, pelo milagre operado no episódio e pela dúvida lançada por um bispo sobre sua aparição a um simples índio mexicano. Tudo se passou em 1531, no México, quando os missionários espanhóis já haviam aprendido a língua dos indígenas. A fé se espalhava lentamente por essas terras mexicanas, cujos rituais astecas eram muito enraizados. O índio João Diogo havia se convertido e era devoto fervoroso da Virgem Maria. Assim, foi o escolhido para ser o portador de sua mensagem às nações indígenas. Nossa Senhora apareceu a ele várias vezes. A primeira vez, quando o índio passava pela colina de Tepyac, próxima da Cidade do México, atual capital, a caminho da igreja. Maria lhe pediu que levasse uma mensagem ao bispo. Ela queria que naquele local fosse erguida uma capela em sua honra. Emocionado, o índio procurou o bispo, João de Zumárraga, e contou-lhe o ocorrido. Mas o sacerdote não deu muito crédito à sua narração, não dando resposta se iria, ou não, iniciar a construção. Passados uns dias, Maria apareceu novamente a João Diogo, que desta vez procurou o bispo com lágrimas nos olhos, renovando o pedido. Nem as lágrimas comoveram o bispo, que exigiu do piedoso homem uma prova de que a ordem partia mesmo de Nossa Senhora. Deu-se, então, o milagre. João Diogo caminhava em direção à capital por um caminho distante da colina onde, anteriormente, as duas visões aconteceram. O índio, aflito, ia à procura de um sacerdote que desse a unção dos enfermos a um tio seu, que agonizava. De repente, Maria apareceu à sua frente, numa visão belíssima. Tranqüilizou-o quanto à saúde do tio, pois avisou que naquele mesmo instante ele já estava curado. Quanto ao bispo, pediu a João Diogo que colhesse rosas no alto da colina e as entregasse ao religioso. João ficou surpreso com o pedido, porque a região era inóspita e a terra estéril, além de o país atravessar um rigoroso inverno. Mas obedeceu e, novamente surpreso, encontrou muitas rosas, recém-desabrochadas. João colocou-as no seu manto e, como a Senhora ordenara, foi entrega-las ao bispo como prova de sua presença. E assim fez o fiel índio. Ao abrir o manto cheio de rosas, o bispo viu formar-se, impressa, uma linda imagem da Virgem, tal qual o índio a descrevera antes, mestiça. Espantado, o bispo seguiu João até a casa do tio moribundo e este já estava de pé, forte e saudável. Contou que Nossa Senhora "morena" lhe aparecera também, o teria curado e renovado o pedido. Queria um santuário na colina de Tepyac, onde sua imagem seria chamada de Santa Maria de Guadalupe. Mas não explicou o porquê do nome. A fama do milagre se espalhou. Enquanto o templo era construído, o manto com a imagem impressa ficou guardado na capela do paço episcopal. Várias construções se sucederam na colina, ampliando templo após templo, pois as romarias e peregrinações só aumentaram com o passar dos anos e dos séculos. O local se tornou um enorme santuário, que abriga a imagem de Nossa Senhora na famosa colina, e ainda se discute o significado da palavra Guadalupe. Nele, está guardado o manto de são João Diego, em perfeito estado, apesar de passados tantos séculos. Nossa Senhora de Guadalupe é a única a ser representada como mestiça, com o tom de pele semelhante ao das populações indígenas. Por isso o povo a chama, carinhosamente, de "La Morenita", quando a celebra no dia 12 de dezembro, data da última aparição. Foi declarada padroeira das Américas, em 1945, pelo papa Pio XII. Em 1979, como extremado devoto mariano, o papa João Paulo II visitou o santuário e consagrou, solenemente, toda a América Latina a Nossa Senhora de Guadalupe.

Disse então Maria:



A minha alma engrandece ao Senhor,

E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador;

Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada,

Porque me fez grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome.

E a sua misericórdia é de geração em geração Sobre os que o temem.

Com o seu braço agiu valorosamente; Dissipou os soberbos no pensamento de seus corações.

Depôs dos tronos os poderosos, E elevou os humildes.

Encheu de bens os famintos, E despediu vazios os ricos.

Auxiliou a Israel seu servo, Recordando-se da sua misericórdia;

Como falou a nossos pais, Para com Abraão e a sua posteridade, para sempre.


(Lc1,47-55)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Imaculada Conceição de Maria - 08 de dezembro


O dogma da Imaculada Conceição de Maria é um dos dogmas mais queridos ao coração do povo cristão. Os dogmas da Igreja são as verdades que não mudam nunca, que fortalecem a fé que carregamos dentro de nós e que não renunciamos nunca.

A convicção da pureza completa da Mãe de Deus, Maria, ou seja, esse dogma, foi definida em 1854, pelo papa Pio IX, através da bula "Ineffabilis Deus", mas antes disso a devoção popular à Imaculada Conceição de Maria já era extensa. A festa já existia no Oriente e na Itália meridional, então dominada pelos bizantinos, desde o século VII.

A festa não existia, oficialmente, no calendário da Igreja. Os estudos e discussões teológicas avançaram através dos tempos sem um consenso positivo. Quem resolveu a questão foi um frade franciscano escocês e grande doutor em teologia chamado bem-aventurado João Duns Scoto, que morreu em 1308. Na linha de pensamento de são Francisco de Assis, ele defendeu a Conceição Imaculada de Maria como início do projeto central de Deus: o nascimento do seu Filho feito homem para a redenção da humanidade.

Transcorrido mais um longo tempo, a festa acabou sendo incluída no calendário romano em 1476. Em 1570, foi confirmada e formalizada pelo papa Pio V, na publicação do novo ofício, e, finalmente, no século XVIII, o papa Clemente XI tornou-a obrigatória a toda a cristandade.

Quatro anos mais tarde, as aparições de Lourdes foram as prodigiosas confirmações dessa verdade, do dogma. De fato, Maria proclamou-se, explicitamente, com a prova de incontáveis milagres: "Eu sou a Imaculada Conceição".

Deus quis preparar ao seu Filho uma digna habitação. No seu projeto de redenção da humanidade, manteve a Mãe de Deus, cheia de graça, ainda no ventre materno. Assim, toda a obra veio da gratuidade de Deus miseriordioso. Foi Deus que concedeu a ela o mérito de participar do seu projeto. Permitiu que nascesse de pais pecadores, mas, por preservação divina, permanecesse incontaminada.

Maria, então, foi concebida sem a mancha do orgulho e do desamor, que é o pecado original. Em vista disso, a Imaculada Conceição foi a primeira a receber a plenitude da bênção de Deus, por mérito do seu Filho, e que se manifestou na morte e na Ressurreição de Cristo, para redenção da humanidade que crê e segue seus ensinamentos.

Hoje, não comemoramos a memória de um santo, mas a solenidade mais elevada, maior e mais preciosa da Igreja: a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, a rainha de todos os santos, a Mãe de Deus.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Olhar com olhos espirituais


Uma das formações que tivemos em nossa fraternidade e que foi muito proveitosa , falava sobre “olhar com os olhos espirituais ou com os olhos do coração”.
Esta é uma atitude que procuro realizar diariamente, para não me deixar ser enganada pelas artimanhas do encardido. Outrora sofri muito por olhar o mundo somente com os olhos corporais e me deixei enganar. Porém, à medida que fui abandonando o mundo, aproximando-me e tendo um contato mais intimo com o Senhor, Ele foi me concedendo olhar as pessoas com olhos espirituais, o que nada mais é, com os seus próprios olhos. Certamente não é nada fácil, pois requer entrega absoluta e confiança incondicional ao Pai. E tenho me sentido uma pessoa agraciada por obter tamanho bem. Porém repito, é um exercício diário, assim como a conversão é um processo diário, ou até “horário”, pois vivemos num mundo que, apesar de muitos de nós não pertencer, mas somente viver nele, temos momento de aridez espiritual e precisamos ser perseverantes na caminhada.
Aprendemos na formação sobre a questão de quem olha e a forma pela qual se olha determinada situação. Se for com olhos meramente corporais, será certamente ofuscada pela opinião formada do mundo e na maioria das vezes não corresponde a realidade. Se for com os olhos espirituais, a visão será clara, límpida e verdadeira, pois o nosso entendimento estará sendo conduzido pelo Espírito Santo.
Olhar com os olhos espirituais nos conduz a realizar uma prática diária de profunda intimidade com o Amor Eterno, que é Deus, através de orações, penitências, confiança, entrega absoluta a vontade do Pai. Precisamos de interiorização conosco mesmo, com nosso “eu” e nesse encontro encontramos o Deus Altíssimo.
O Seráfico Pai Francisco era pura emoção e sentimento e entre muitas lágrimas e absoluta entrega, estava sempre em contato direto com o Altíssimo.
Fala-se muito em equilíbrio entre razão e emoção, mas eu acredito que o contato direto, o téte-a-téte, direto com o Senhor, só se realiza através do sentimento, da emoção partilhada, pois a linguagem de Deus é o Amor vivido e demonstrado. E só aprendendo e partilhando a linguagem do Amor, aprendemos a viver plenamente.
Todos nós já fomos mal interpretados em nossas atitudes ou ainda seremos. Eu mesma já caí no erro de interpretar erroneamente algo visto ou vivido, por olhar com olhos meramente corporais. Isso é um perigo, um risco muito grande para nossas vidas, pois prejudica a convivência com nossos irmãos, conhecidos ou desconhecidos e pode até impedir de criar laços fraternos.
O Amor de Deus é para ser vivido, proclamado, expressado, por palavras, exemplos e obras. “Uma lâmpada não fica escondida embaixo da mesa”. Ocorre que o olhar do mundo e/ou corporal somente julga e faz um pré-conceito (preconceito) da situação vivida ou ocorrida e na maioria das vezes negativamente.
Eu, muitos irmãos e amigos já fomos vítimas desses “olhares” do mundo, os quais nos julgaram por expressões de carinho e de afeto.

Vale lembrar: “ O essencial é invisível aos olhos” (do Livro: O Pequeno Príncipe – Antoine de Saint-Exúpery)

Precisamos e devemos expressar e proclamar o Amor de Deus, por Palavras, por Obras, com Gestos. Afinal, para quê Deus nos ensinou e nos deixou esses exemplos todos?
Percebo hoje um mal muito grande que é a preocupação com o que as pessoas irão pensar se fizer ou deixar de fazer isto ou aquilo. Se for de Deus, Façam!!! Precisamos estar atentos ao que Deus pensa da gente e não ao que as pessoas pensam.
Além dos familiares, irmãos e amigos também falam “Eu te Amo”, também demonstram gestos de carinho e amor. E isso é muito nobre. É Deus se fazendo presente, através desses atos. Não é vergonha nenhuma demonstrar essas atitudes a irmãos, amigos amados e queridos por nós. Ao contrário, isso é uma prova de amor a Deus. Quem quiser julgar, depois será julgado por Quem de direito e poderá ver que além de errar feio, esqueceu de viver por olhar com os olhos errados.
Portanto, caríssimos irmãos em Cristo, lembremos e nos alegremos com a frase que tanto gostamos de ouvir: “Vejam como eles se amam!” E façamos a nossa parte. Se tivermos a oportunidade de levar este ensinamento, que não é nosso, mas que vem do Alto, aos nossos irmãos que ainda têm os olhos fixados na opinião formada do mundo, façamos porque a nossa missão é viver e ensinar o Amor de Deus ao próximo. E sinceramente, isso é muito bom!!!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Lágrimas Que Purificam


Lágrimas falam mesmo
Quando estão escondidas no olhar
Mas se elas rolam
É a dor que já não dá pra suportar
Lágrimas que purificam
Lágrimas que santificam
E dão força ao coração

Lágrimas doem pra valer
Mas sempre há de prevalecer
Toda a vontade do Senhor
Presente em minha vida

Os sonhos que não alcanço
Eu me pergunto: "Por quê Deus não quis?"
Mas sei que ele vê mais longe
E ele sabe o que é bom pra mim
E se eu chorar a noite inteira
Logo pela manhã o meu Senhor
As minhas lágrimas enxugará, enxugará.

(Adriana)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Nossa Senhora


Cubra-me com seu manto de amor
Guarda-me na paz desse olhar
Cura-me as feridas e a dor, me faz suportar

Que as pedras do meu caminho
Meus pés suportem pisar
Mesmo feridos de espinho
Me ajude a passar

Se ficaram mágoas em mim
Mãe tira do meu coração
E aqueles que eu fiz sofrer
Peço perdão

Se eu curvar meu corpo na dor
Me alivia o peso da cruz
Interceda por mim minha mãe
Junto a Jesus

Nossa Senhora, me dê a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida, do meu destino

Nossa Senhora, me dê a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida, do meu destino
Do meu caminho, cuida de mim

Sempre que o meu pranto rolar
Ponha sobre mim suas mãos
Aumenta minha fé a acalma meu coração


Grande é a procissão a pedir
A misericórdia e o perdão
A cura do corpo e pra alma
A salvação

Pobres pecadores ó Mãe
Tão necessitados de Vós
Santa Mãe de Deus tem piedade de nós

De joelhos aos Vossos pés
Estendei a nós Vossas mãos
Rogai por nós Vossos filhos
Meus irmãos

Nossa Senhora, me dê a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida, do meu destino

Nossa Senhora, me dê a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida, do meu destino
Do meu caminho, cuida de mim

Rogai por nós Santa Mãe de Deus,
para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Amém!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Mãe! Eu tô na Globo!


Algo há anos me indigna, é que dentro de nossas comunidades há uma grande disparidade comportamental. Há pessoas que só aparecem em dia de festas e grandes eventos em paralelo a irmãos dedicados, que dão o sangue pela obra.

Fico irritado ao extremo ver que muitos de nossos irmãos se dizerem comprometidos com a causa do reino, com a obra do Senhor, mas não aparecem quando é necessário, não participam de reuniões, formações e das celebrações mais simples, mas tem a cara de pau de dar o ar da graça em dias de festa, celebrações solenes e eventos de grande porte!

Na verdade estes estão ai apenas para aparecer mesmo, estão apenas em busca de euforia, de oba-oba. São pessoas medíocres em busca de status, de autopromoção.

Pior que estes são os Lideres (coordenadores, ministros, etc.) que permitem que esta palhaçada continue e ate dão crédito a esta raça peçonhenta! Isto é absolutamente injusto e inadmissível, pois muitas vezes estes folgados caras-de-pau, tiram de um irmão dedicado, fiel e constante, perseverante a oportunidade de realizar um trabalho para o qual está apto e desejoso de realizar!

Vejo muitos irmãos se entristecerem por que têm vontade de realizar certos trabalhos, mas estes são entregues a esta corja de folgados que só apareça quando da audiência!

A meu ver gente deste tipo deveria ficar fora das equipes de trabalho, aliás, deveriam ser proibidos de tomar parte em qualquer coisa que seja; deveriam ficar de fora mesmo! Já que ficam o ano todo, que fiquem nos momentos de festa, nos momentos solenes, importantes também!

Quem quiser se aparecer, façam como fazem muitos torcedores de futebol, levem cartazes ao estádio com os dizeres: “Mãe eu to na Globo!” ou “ Me filma Galvão!”.

Posso ate parecer terrorista ou exagerado com este artigo, mas não estou exagerando em nada! A Verdade é que Igreja não é nem nunca foi ou será lugar para aparecer, Igreja não é lugar para evento social, para ascender aos mais altos graus da sociedade! Quem quer se promover, subir, participar da alta sociedade, deve buscar restaurantes de luxo, boates de renome, cabeleireiro famoso, concertos de música clássica, se filiar a clubes, etc. e vale ainda lembrar aquele velho ditado: “Quer aparecer? Pendure uma melancia no pescoço”!

Quero citar aqui também os famosos “puxa-saco”, que ficam feito carrapatos grudados no pé do padre e dos lideres ( coordenadores, ministros, etc.). A maioria destes católicos de festa são verdadeiros capachos, bajuladores de seus superiores, e fazem de tudo para se auto promover, mesmo sem cumprir depois com as responsabilidades inerentes a esta “ promoção”!

Devemos valorizar mais e olhar com mais amor para os nossos irmãozinhos perseverantes e fieis que no dia-a-dia dão o sangue, trabalham duro pela obra, e mandar os folgados pra geladeira!
Por: Theo Freire

domingo, 30 de novembro de 2008

Na expectativa do Salvador


1º DOMINGO DO ADVENTOANO B – Mc 13,33-37
Estamos iniciando, com o Advento, o Ano Litúrgico de 2009. O Advento é tempo de preparação para o Natal, para a vinda do Salvador, o Filho de Deus feito Homem. Advento é uma alegria antecipada pela vinda de Jesus. É preciso estar vigilante! É preciso preparar a chegada! É preciso ir ao encontro do Menino Deus! Jesus traz Deus ao homem e leva o homem a Deus.
Estai alerta! Vigiai! A Igreja nos convida, neste Advento, a uma profunda reflexão sobre as verdades básicas da vida humana. No fim dos tempos, ser-nos-á revelada a verdadeira face de Deus, quando seremos julgados na base dos dois grandes mandamentos: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos” (cf. Mt 22,37-39).
Estai alerta! Vigiai!” Por três vezes exorta Jesus a seus discípulos e também a nós, hoje, a estarmos alertas e a vigiar, “pois não sabemos quando será o momento...” (v. 33). Chegará o dia em que teremos nosso encontro definitivo com Deus, que será, para cada um de nós, o fim dos tempos e o começo da eternidade, o momento de prestar contas de tudo a Deus.
A preocupação de Jesus não é fazer revelações sobre o futuro, mas educar a comunidade para uma vida cristã.
A parábola do porteiro, a quem foi ordenado estar sempre alerta e vigilante (v. 34), traz uma mensagem bem atual, pois a função do porteiro é estar sempre vigilante. Não deixar o posto sem ter um substituto, estar atento a quem entra e a quem sai, estar alerta para não entrar algum assaltante, protegendo, assim, todos os moradores e interessados.
Vigiai! O mundo moderno em que vivemos ajuda muito pouco a exercer a vigilância da fé. Torna-se importante sacudir os cristãos! A indiferença é sinal de preguiça e acomodação! O relaxamento moral, a desagregação da família, a infância abandonada, a delinqüência juvenil, a deslealdade entre as pessoas, as drogas, o mau uso do sexo, os assaltos, os seqüestros, as guerras significam ausência de Deus.
“Estai alerta! Vigiai!” Vivemos num mundo dilacerado pela luta entre o bem e o mal. Quantos ignoram os sinais da presença de Cristo no hoje de suas vidas, preferindo as falsas garantias de uma mídia tendenciosa, maliciosa e de costas para Deus às exigências do encontro com o Deus vivo. Esquecem que tudo passa!
* Diz Jesus: “Passará o céu e a terra. Minhas palavras, porém, jamais passarão. E o que vos digo, digo a todos, vigiai!” (v. 31 e 37).
* * *
Qual a minha atitude ante o apelo de Jesus de vigiar? De que modo expresso minha vigilância na preparação do Natal na família e na comunidade? Que gestos concretos de fraternidade farei neste Advento para que o Menino Deus venha até nós? Cresce em mim a responsabilidade da implantação do Reino de Deus entre nós? Creio que vigiar é uma atitude de quem ama?
Por: Frei Floriano Surian, ofm

sábado, 29 de novembro de 2008

Perseguições e Sofrimentos


Mas, antes de acontecer tudo isso, vocês serão presos e perseguidos. Vocês serão entregues para serem julgados nas sinagogas e depois serão jogados na cadeia. Por serem meus seguidores, vocês serão levados aos reis e aos governadores para serem julgados. E isso dará oportunidade a vocês para anunciarem o evangelho. Resolvam desde já que não vão ficar preocupados, antes da hora, com o que dirão para se defender. Porque eu lhes darei palavras e sabedoria que os seus inimigos não poderão resistir, nem negar. Vocês serão entregues às autoridades pelos seus próprios pais, irmãos, parentes e amigos, e alguns de vocês serão mortos. Todos odiarão vocês por serem meus seguidores. Mas nem um fio de cabelo de vocês será perdido. Fiquem firmes, pois assim vocês serão salvos. (Lc 21, 12-19)

O sofrimento do discípulo

A perseguição e o sofrimento do discípulo são tidos por Jesus como sinais premonitórios do fim. O testemunho de seu nome atrairia de tal forma a ira dos inimigos que estes lançariam mão de toda sorte de maldade contra os seguidores do Mestre. Sofrimento, perseguição, prisões, acusações na sinagoga, morte e ódio era o que lhes aguardava. Até mesmo, a perseguição por parte dos próprios familiares. Tudo isso por causa da fidelidade ao Mestre Jesus. Era preciso, pois, avivar neles a chama da perseverança. Tarefa desafiadora! Não obstante isso, nos momentos mais difíceis os discípulos receberiam a ajuda divina, de forma que não precisariam preparar a própria defesa. Receberiam, também, uma sabedoria tão sublime, capaz de levá-los a convencer seus adversários. Além da perseverança, os discípulos necessitarão de uma grande fé em Deus. "Nem um só cabelo cairá de vossa cabeça" - garante Jesus ao grupo de discípulos, facilmente contamináveis pelo medo. A luta, afinal de contas, é do Mestre. Os discípulos são unicamente seus mediadores. O Pai os protege, preservando-os do mal, porque é o Senhor. Ninguém como Deus tem nas mãos a vida dos discípulos, e, por conseguinte, tem o poder de livrá-los do mal.

Oração

Espírito que me livra do mal, não permitas que eu sucumba às forças do egoísmo e do mal, mesmo tendo de suportar sofrimentos e perseguições.
Amém!

A Caridade Perfeita


Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.

Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.

Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!

A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante.

Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor.

Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade.

Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

A caridade jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará.

A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita.

Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá.

Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança.

Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido.

Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade.

(1Cor13)

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

As ovelhinhas desgarradas (Reiterando...)


“Que vos parece? Se um homem possui cem ovelhas e uma delas se extravia, não deixa ele as noventa e nove nos montes e vai à procura da extraviada?”( Mt 18, )Sinto meu coração em chagas ao ver pessoas que foram criadas praticamente dentro da Igreja, hoje tão afastadas do ideal Evangélico.Penso no que poderia ter levado essas pessoas a se afastarem do que, a olhos vistos por todos que as conhecem, aparentavam ser tão felizes e agora, tão longe do nosso Rei, de nossa Rainha...de nossos Anjos e Santos intercessores e protetores, entregaram-se às vicissitudes do mundo.Penso também na imensa dor que Jesus sente ao ver seus filhinhos tão longe de seus braços, de sua casa, de não comungarem e honrarem seu Santíssimo Sacramento. Ou se o fazem, assim fazem sem a devida honra, respeito e tudo o mais que merece quem nos dá a graça. Sei que nenhum de nós é digno e não comungamos porque assim o somos, mas porque precisamos. E se tomamos a decisão de fazê-lo, ao menos façamos com toda honra e reverência que a Ele devemos.Tenho observado que existem “católicos festeiros”, ou seja, aqueles que se dizem católicos, mas que só aparecem na Igreja em dias de festas para servir. Então procuram um sacerdote para se confessar, depois se dirigem ao altar para receber a Eucaristia, servem em alguma atividade da Igreja e se sentem orgulhosos e exaltados por isso. Terminou a festa, somem da Igreja e “servem ao mundo”. Após isso, é só esperar nova festa cristã para começar o mesmo ritual: confessar-se, comungar, servir e “sumir”.“Por isso, quem comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente se tornará culpado para com o corpo e o sangue do Senhor. Examine-se cada um a si mesmo, antes de comer deste pão e beber deste cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo come e bebe a própria condenação.”(1Cor11, 27-29)Se forem pessoas que nunca tiveram um contato verdadeiro e direto com a Igreja, a cobrança seria menor por parte do Senhor. Mas pessoas que conheceram o seu Amor e o trocaram pelo “amor do mundo”! A estes, muito mais lhes será cobrado pelo que recebeu. Sei que as artimanhas do Encardido são grandes, porém, incomparáveis ao Amor e o Poder de Deus.“ Pois a todo homem que tem será dado, e estará na superabundância; mas àquele que não tem, mesmo o que tem lhe será tirado.” (Mt 25, 29)O que existe no mundo de tão atrativo, a ponto das pessoas que conheceram a Palavra, trocaram-na pelo que é falso e passageiro?Muitos falam em recuperar o tempo perdido. Perder tempo é acolher o pecado, desprezando a Palavra e denegrindo seus mandamentos.O que o mundo oferece e nos afasta do ideal evangélico é enganador, pois vem disfarçado de algo que é bom. Mas não se iludam. Tudo isso passa.O prazer e a alegria que um cristão busca está num Reino que jamais terá fim. Onde não há lágrimas, nem dor, nem tribulação, muito menos falsos prazeres, falsas alegrias, falsos sentimentos. A verdadeira felicidade está onde mora o Amor, que é Deus e esta não terá fim.O que fazer para reconduzir essas ovelhinhas desgarradas ao rebanho do Senhor, quando nossas forças parecem esgotadas, sem terem alcançado resultado favorável?Penso eu: jejum, oração e joelho no chão, pois a oração tem poder. E o poder é maior ainda quando essas pessoas são muito queridas por nós. “Nada é impossível para quem crê”. Assim fala o Senhor. Oremos todos por essas pessoas, por suas vidas, suas vocações, seus problemas e os entregamos aos desígnios de Deus e à ação do Espírito Santo. E se o Espírito de Deus nos disser que ainda há o que fazer, recomecemos, porque até agora nada fizemos.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

27 Novembro - Nossa Senhora das Graças


Esta é a curiosa história de Catarina de Labouré, cujo nome era Zoé e Catarina, seu nome como religiosa. Foi certa vez visitar as filhas de São Vicente e encontra no parlatório o retrato do Padre que vira uma vez em sonhos a chamá-la; e era justamente o seu fundador, Vicente de Paulo. No ano de 1830, nas vésperas da festa de São Vicente de Paulo, a jovem Noviça, por volta de onze e meia da noite, ouve três vezes o seu nome. "Catarina! Catarina! Catarina!..." Catarina assustada, senta-se no leito, e diz: "Estou te conhecendo, és meu Anjo da Guarda!" E o menino lhe diz o seguinte: "Vem a Capela, que Nossa Senhora te espera!" Catarina, teve um momento de hesitação... e disse: "Não posso, vou acordar todo mundo!" Porém o menino a tranquilizou... "Não tenhas medo, todos estão dormindo, vem, eu te acompanho, Catarina!" Então respondeu: "Está bem, vamos." Após terem atravessado os corredores, onde luzes se acendiam e as portas se abriam sozinhas, chegam à Capela, onde derrepente, já pela meia noite, o menino exclama. "Olha Nossa Senhora!" No mesmo instante, Catarina escuta, do lado da epístola, um ligeiro ruído como que roçagar de um vestido de seda e uma Dama muito bela, senta-se defronte do altar.
Catarina se ajoelha, apoia-se em seu regaço, a Dama afaga-se e fala: "Catarina, em qualquer sofrimento, venha falar ao meu coração. Receberás tudo o que precisamos. Filha, confio-te uma missão, não tenhas medo; conta tudo ao Padre encarregado, de guiar-te. Desgraças desabarão sobre a França, o trono será derrubado, Catástrofes abalarão o mundo; Eu estarei contigo. Deus e São Vicente, protegerão as duas comunidades: a dos Padres e as Irmãs de São Vicente." E foi assim que tudo aconteceu. Catarina não soube dizer por quanto tempo ficou junto Dela, que desapareceu como uma sombra. No dia 27 de novembro de 1830, às 5 horas da tarde, a comunidade rezava na Capela. Nossa Senhora manifestou-se novamente a Catarina. Apareceu à direita, justamente no lugar onde se encontra hoje, o altar chamado da Virgem do Globo, onde existe uma imagem de mármore, tentando reproduzir o que a Noviça viu. O Globo que vês, representa o mundo inteiro. Em seguida, seus dedos encheram-se de anéis de pedras cintilantes que a inundavam de luz
E as mãos da Senhora, carregadas das graças sugeridas pelos raios, abaixaram-se e estenderam-se como se vê na medalha, e a vidente ouviu. "Este raios, são símbolos das graças que eu derramo sobre aqueles que as suplicam. Fazei cunhar uma medalha com minha figura de um lado, e do outro, o M do meu nome, encimado por uma cruz, tendo embaixo dois corações, um coroado de espinhos e o outro, atravessado por uma lança. Todos que a usarem com fé, receberão grandes graças. Catarina, foi ao Padre Aladel, seu confessor, e contou-lhe tudo... "Padre, Nossa Senhora me apareceu... Padre, precisavas ver que lindas as graças contidas em suas mãos. Porém, padre Aladel custou a convencer-se de tal visão, e disse: "Minha filha, calma, sejamos prudentes. Por enquanto, guardaremos segredo." Depois de algum tempo, Padre Aladel foi procurar o Arcebispo de Paris e contou-lhe tudo. O Arcebipo disse: "Deus o abençoe, Padre Aladel"
O Padre então contou: "Sr. Arcebispo, após a narração do ocorrido e mediante a tantas graças que vêm sendo derramadas em nossas comunidade, peço a Vossa Eminência a autorização para que sejam mandadas cunhar as medalhas conforme vontade de Nossa Senhora". O Arcebispo, depois de ouvir o Padre atentamente, disse: "Mandaremos cunhá-las logo e trataremos de distribuí-las para que todos as usem. Vá em paz e que a Virgem o guarde. A comunidade, conhecendo a medalha e seus efeitos milagrosas, aos poucos foi difundido à devoção a Nossa Senhora das Graças, que se espalhou pelo mundo.

Nossa Senhora da Medalha Milagrosa é a mesma Nossa Senhora das Graças, por ter Santa Catarina Labouré ouvido, no princípio da visão, as palavras: "Estes raios são o símbolo das Graças que Maria Santíssima alcança para os homens."

Oração a Nossa Senhora das Graças

Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expôr, durante esta oração, as nossas mais prementes necessidades (momento de silêncio e de pedir a graça desejada).

Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior Glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre como verdadeiros cristãos. Amém.

Rezar 3 Ave Marias. Depois: Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.


domingo, 23 de novembro de 2008

Deus fala na hora que precisamos ouvir


Quando o Filho do homem vier na sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e El separará um dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: “Venham vocês, que são abençoados por meu Pai. Recebam como herança o Reino que meu Pai lhes preparou desde a criação do mundo. Pois eu estava com fome, e vocês me deram de comer; eu estava com sede, e me deram de beber; eu era estrangeiro, e me receberam em sua casa; eu estava sem roupa, e me vestiram; eu estava doente, e cuidaram de mim; eu estava na prisão, e vocês foram me visitar.” Então os justos lhe perguntarão: “Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e ter vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?” Então o Rei lhes responderá: “Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram.”
Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: “ Afastem-se de mim, malditos. Vão para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque eu estava com fome, e vocês não me deram de comer; eu estava com sede, e não me deram de beber; eu era estrangeiro, e vocês não me receberam em casa; eu estava sem roupa, e não me vestiram; eu estava doente e na prisão, e vocês não me foram visitar”. Também estes responderão: “Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou sem roupa, doente ou preso, e não te servimos?” Então o Rei responderá a esses: “ Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês não fizeram isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizeram. Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna.” (MT 25, 31-46)

Não poderia deixar de proclamar a Palavra, hoje, Domingo, dia do Senhor. Este texto do Santo Evangelho veio como um suave perfume às minhas narinas e ao meu coração, pois é parte do que vivo no presente momento.
Percebemos que Jesus fala: “ todas as vezes que vocês não fizeram isso a um desses pequeninos,...” No final da Celebração Eucarística que participei ainda pouco, o Sacerdote fez este comentário ou esta pequena lembrança, sobre a frase acima transcrita. Falava que Jesus já condena a omissão. Portanto, a omissão em atitudes concretas em determinada situação, já é erro grave.
Estejamos atentos aos pequeninos, indefesos, necessitados, os que sofrem. Muitas vezes nem precisamos ir longe. Basta olhar para o lado e ver que um irmão precisa de um simples carinho, um afago, um abraço, um estar ao lado para ouvir, pois na hora da dor e do sofrimento, somos também pequeninos.
Que o Espírito Santo de Deus nos dê sabedoria, discernimento e purifique nossos corações, para que com olhos espirituais puros, sem a mancha do pecado, possamos ver com os olhos do coração e nos pôr a serviço, dos pequeninos, os quais Jesus se faz presente entre nós.

Momentos, Amigos...


Queria gritar para todo mundo ouvir o que sinto neste momento. Sou o que sou, sem máscaras, sem medo de proclamar a Palavra, sem medo de expor meus defeitos e pecados, também minhas qualidades, assim como qualquer um que vive na face da terra. Também sem medo algum de destroçar esse “bendito” nó que insiste em “quase” me sufocar. Porém, sou mais forte do que ele, pois sou do Senhor e quando sou fraca é porque sou forte, assim disse São Paulo Apóstolo. Alegre ou triste, com nó ou sem nó na vida ou na garganta, com pedras ou sem pedras no caminho, com amigos ou sem amigos, com família ou sem família, com teto ou sem teto, com grana ou sem grana, bem vestida ou maltrapilha..........nada disso importa. O que importa é que sou do Senhor e que Ele tem como templo e morada para sua habitação, eternamente, meu coração. Muitas vezes indigna serva sua, mas sigo meu caminho, segurando, abraçando e arrastando a minha cruz, esvaindo-me em sangue e dor, por vezes só, por vezes ajudada por um amigo, mas na certeza de que somente este sangue que jorra de minhas chagas e do meu coração, é o mesmo que me lava, purifica, restaura, cura e me dá uma vida nova.
Amigos? Quem são meus amigos? Tenho refletido muito sobre isso.
Jesus disse: “Quem são meus irmãos, minha mãe, meus amigos? São todos aqueles que fazem a vontade de Deus.”
Hoje vejo que são esses que estão ao meu lado, que me esperam, lutando contra o sono apenas para perguntar: Você está bem? Você está melhor? Não poderia dormir sem saber como estava! Ou quando acorre alguma eventualidade, enviam-me um torpedo apenas para dizer: estou bem, houve um imprevisto, mas não queria que ficasse preocupada com minha ausência.
É porque sabem que o amor e a amizade são recíprocos e quando sentimos dor, sentimos juntos, quando alcançamos uma vitória, celebramos juntos e por conta da Misericórdia Divina que nos une com seu infinito amor, dá-nos o dom de sentir, mesmo à distância e até sem comunicação, quando estamos bem ou não. Contudo, partilhamos nossas vidas, com orações, brincadeiras, ajuda mútua, mesmo que seja para ficar calado um ao lado do outro, porque sabemos e sentimos a necessidade do silêncio e compreendemos isso. Permanecemos calados e de longe, mas sempre apontando: “estou aqui!” Com um pedaço de pão e um copo d’água, aguardando a hora do desjejum amigo e com toda alegria, apostos como verdadeiros soldados. Porque um conhece a necessidade do outro. Porque aquele que se põe nas mãos do Senhor sabe a hora certa de se aproximar e de se afastar, à espera do chamado amigo.
“Mas o descaso, o “não tô nem aí”, ou o fingir que não estou vendo, ou o “ não vou me meter que isso não é da minha conta”...isso é ser qualquer coisa, menos amigo, porque sabemos que amigo unido pelas mãos do Senhor, ultrapassada todos esses sentimentos mesquinhos do mundo. Porque de Deus vêm o doar-se, o esvaziar-se, o despir-se, o vencer-se a si próprio, o se pôr à disposição do próximo.
Continuo minha caminhada, minha busca incessante pelo Amor que não é Amado, porque só nEle e através dEle, sei que encontrarei e aprenderei a maneira perfeita de Amar. Continuo procurando e perguntando : Quem são meus amigos? Alguns já encontrei e sei que posso contar nos dedos de minhas mãos e ainda sobram. Mas não desejo muitos. Poucos, porém, fiéis e eternos, como os que já tenho. E posso dizer que os amo, com o amor emanado do Coração Sagrado do Senhor Jesus.
E ao invés de gritar, irei louvar-te Senhor, pelos que me deram e que me são tão caros e raros. Cada um tem seu espaço reservado em meu coração, em minha vida e humano algum é capaz de tirar-me o que Tu me deste. Eu te louvo Senhor, porque nos momentos de cruz, pusestes tão preciosos anjos em minha vida. E fazei com que, eu saiba retribuir-te da mesma forma.
Amém!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Nós só adoramos a Deus...Não os Santos


Todos devem estar lembrados daquela cena de alguns anos atrás, quando um pastor levado pelo destempero, deu um chute numa imagem de Nossa Senhora Aparecida. Aquele gesto não só foi ridículo, como foi providencial: até mesmo os que antes viviam acusando a Igreja Católica de adorar imagens e santos, acharam aquilo tão fora de propósito, que exigiram a expulsão daquele pastor e resolveram não atacar mais tanto a Igreja católica. Aliás, hoje as igrejas cristãs não católicas mudaram um pouco sua postura: preferem levar sua vida, organizar sua igreja, do que ficar atacando os outros. Pois bem, mas sempre sobra uma ou outra pessoa ignorante que volta à velha cantilena. Por isto é preciso afirmar, com toda força, que nós católicos sabemos que nossas imagens ou são de barro, ou de cerâmica, ou de madeira... mas são sempre simples imagens, ou seja, são menos do que uma fotografia... são simplesmente uma lembrança de pessoas que souberam amar a Deus e ao próximo. Só e nada mais do que isto. Portanto, nós não adoramos santos nem santas e muito menos suas imagens. A não ser que queiramos entender o “adorar” no sentido utilizado pelos namorados: “eu te adoro”, ou seja, eu gosto muito de você. Mas fora disto... santos e santas foram pessoas como nós, que comiam, dormiam, riam, choravam, tomavam banho, tinham que satisfazer certas necessidades básicas, como nós... enfim, tudo como nós. Só uma coisa os distinguia: sua intimidade com Deus, e através dela, o amor concreto ao próximo. Claro que eram homens e mulheres de oração; claro que também tinham pecados; claro que também tinham momentos de alegria e de tristeza... mas nunca perdiam o rumo, ou ao menos reecontravam o rumo de suas vidas. Eis pois, a importância dos santos e santas para a vida cristã: eles são exemplos, modelos, e uma espécie de fortificante para nossas vidas: diante das dificuldades de qualquer tipo, não desanimem não, pois já houve homens e mulheres que enfrentaram coisas parecidas e que hoje estão na glória com o Cristo Ressuscitado. E mais: não desanimem, pois eles e elas ficam torcendo por nós. Eles e elas estão como que numa arquibancada, assistindo nossos jogos.... ficam torcendo para que todos e cada um de nós sejamos vencedores.

(Pelo Prof. Dr. Frei Antônio Moser)

O Cortejo dos Sedentos


Solene, grandiosa e majestosa a paisagem do deserto. Extensões intermináveis de areia e de pedra, sem vida, sem água, sem verde. Os que atravessam as terras do deserto sentem a tortura da sede, a garganta a lhes queimar, a impressão de que a morte está próxima. Onde encontrar água. Há os caminhantes e viandantes que percorrem a trilha da vida com sede do Absoluto, com desejo de matar uma sede interna que não é saciada com a água do rochedo, nem com a água das cisternas, mas com a água da fonte que é Cristo, com a água do peito aberto do Senhor, água que jorra do mistério adorável de Cristo e sacia a sede de amor, de verdade, de partilha, de lisura que queima o mais íntimo dos que são retos de coração. O Coração do Redentor é fonte de vida.

(Por: Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM)

Oração da Restituição


Senhor Jesus, o único Santo,
abra nosso coração à plenitude de teu Amor
coloca-nos no caminho das Bem-Aventuranças,dá-nos a graça de restituirmos ao mundo uma Pessoa Humana Melhor!

Senhor Jesus, bom Mestre,
ensina-nos o caminho a seguir neste novo tempo
encha nosso coração de agradecimento por
todo o bem que tem feito
em nossa família, em nossas atividades e em nós mesmos,ensina-nos a fazer festa, encantados por teu amor e por tuas maravilhas.

Senhor Jesus, verdadeiro amigo,
dá-nos olhos penetrantes, para esquadrinhar a noite,dá-nos sabedoria que nasce de tua amizade, para saber discernir o que vem de ti,
dá-nos valentia para testemunhar diante da humanidade,
a beleza de seguir os valores do Evangelho.

Senhor Jesus, nosso Irmão,
vem em socorro da nossa fragilidade, para que não nos desanimemos nos momentos difíceis,dá-nos a simplicidade da pomba, para ir entre os povos, e a astúcia da serpente para não sermos subornados pelo mundo consumista e materialista.

Olha-nos com amor, também quando Te esquecemos.

Altíssimo, Onipotente e Bom Senhor,
Te damos graças porque nos pensou,criou e chamouà inspiração franciscana para iluminar as nossas práticas;
te bendizemos porque mantém vivo em nós o propósito de dar um acabamento melhor ao mundo, seguindo os exemplos de Francisco de Assis.
Te louvamos porque, como Francisco,nos tem dado a graça de te descobrir como verdadeiro tesouro de nossa vida. A Ti o louvor, a bênção e toda a honra.

Amém

(autor desconhecido)

domingo, 9 de novembro de 2008

Fidelidade e Igualdade entre irmãos


Por isso eu digo a vocês: usem as riquezas deste mundo para conseguir amigos a fim de que, quando as riquezas faltarem, eles recebam vocês no lar eterno. Quem é fiel nas coisas pequenas também será nas grandes; e quem é desonesto nas coisas pequenas também será nas grandes. Pois, se vocês não forem honestos com as riquezas deste mundo, quem vai pôr vocês para tomar conta das riquezas verdadeiras? E, se não forem honestos com o que é dos outros, quem lhes dará o que é de vocês? - Um escravo não pode servir a dois donos ao mesmo tempo, pois vai rejeitar um e preferir o outro; ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e também servir ao dinheiro. Os fariseus ouviram isso e zombaram de Jesus porque amavam o dinheiro. Então Jesus disse a eles: - Para as pessoas vocês parecem bons, mas Deus conhece o coração de vocês. Pois aquilo que as pessoas acham que vale muito não vale nada para Deus.
(Lc 16,9-15)

As maiores riquezas que devemos cultivar e multiplicar são os valores eternos que buscamos no alto.
Como o nosso maior dom é a Vida e a Vida é proveniente do imenso Amor do Pai, infinitamente misericordioso, coloquemos nossas vidas e o amor que nos foi concedido à disposição de todos que nos cercam, através dos dons que nos foram concedidos para serem multiplicados.
Busquemos sempre olhar para o céu em toda nossa existência terrena, louvando, bendizendo, dando graças e rogando ao Senhor que insira em nossos corações tudo o que precisamos para realizar a sua vontade, que não está nos bens terrenos, mas pura e simplesmente nos bens celestiais. Estejamos sempre ao lado da justiça, dos pequeninos, dos que não se exaltam e se orgulham por coisa alguma, a não ser pela Santa Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Estejamos ao lado da verdade, dos desprezados, marginalizados, dos pobres e oprimidos e sempre olhando nos olhos de cada irmão horizontalmente e não verticalmente, olhando de cima. Somos todos iguais, portanto, procuremos tratar todo mundo igual, sem se prevalecer de coisa alguma, nem de status, posição social, cargos, ministérios, raça ou qualquer tipo de serviço, seja ele remunerado ou não. Pensemos sempre nos sentimentos dos outros. Busquemos sempre nos colocar no lugar dos outros e ver que ali bate um coração, que se alegra, sorri, mas que também sofre e chora. Não façamos com o próximo o que não gostaríamos que fizessem conosco.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Perfeita Alegria


Cai a tarde de inverno impiedoso e Francisco e Leão sob a neve caminham
Vão tornando a Santa Maria com fome e com frio ao final de outro dia
Frei Leão vai na frente ligeiro, Frei Francisco o chama e lhe diz:
Frei Leão toma nota se queres saber o que é a perfeita alegria
Se nós tivermos a graça de Deus, de pregar o Evangelho e a cruz
E por obras e exemplos pudermos levar a Jesus
E convertermos os homens à fé, até mesmo os de mau coração
Frei Leão isto ainda não é a perfeita alegria
Imagine, Leão, que Deus nos tenha dado a graça de a todos curar
De fazer ver aos cegos, e aos coxos andar, surdos ouvir e mudos falar
E que até os demônios fugissem ao comando do nosso olhar
E que os mortos nós ressuscitássemos. Isto não é a perfeita alegria
E se falássemos todas as línguas, com o dom de bem comunicar
Transformando os reinos da terra em reinos de paz
E se soubéssemos toda ciência e os segredos da terra e do mar
Frei Leão, isto ainda não é a perfeita alegria

Mas então, Pai Francisco, o que é a perfeita alegria?

Se ao chegarmos ao nosso convento e batermos depressa esperando entrar
E o porteiro do lado de dentro ao invés de abrir põe- se assim a falar:
Quem sois vós, que assim importunos, nesta hora nos incomodais?
Somos nós teus irmãos, Frei Leão e Francisco, que chegam e querem entrar
E Frei Leão se o porteiro disser que é mentira e que não abrirá
Que encontremos um outro lugar em um canto qualquer
E se nós diante da porta fechada sob a noite e a neve que cai
Conservarmos a paz, isto é a perfeita alegria!
Mas se nós insistirmos em prantos: Que abra, que tenha piedade de nós!
Pois com fome e tão necessitados , na noite não temos consolo e lugar
E se então o porteiro sair, empunhando um bastão, e gritar
E bater em você e em mim muito mais, nos deixando no chão a chorar
E Frei Leão, se for Deus que tal faz, que nos deixa na noite e na cruz
Se entendermos que este abandono imita Jesus
E se nós diante da porta fechada sob a noite e a neve que cai
Conservarmos a paz, isto é a perfeita alegria!
(Frei Luís Carlos Susin)

sábado, 25 de outubro de 2008

Quando se ama apaixonadamente


A paixão é cega e cega os que se deixam dominar por ela. Temos, até certo ponto, medo dos apaixonados. Nem sempre as ditas pessoas apaixonadas dão provas de um certo equilíbrio. Há mesmo muitos crimes passionais. Com muita facilidade se pode passar do amor paixão ao ódio visceral. O amor-paixão pode ser perigoso. Pode destruir e não construir.

E, no entanto, não pode haver amor morno para Cristo e para o Evangelho. Há uma palavra dura do Apocalipse que sempre nos questiona. A testemunha fiel, o Amém, assim se dirige ao anjo da Igreja de Laodicéia: “Conheço as tuas obras. Oxalá, fosses frio ou quente. Mas porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te de minha boca” (Ap 3,14-15). Nos últimos tempos temos ouvido e lido muito a respeito da expressão “ardor”, “novo ardor”. Quem fala em ardor pensa naquilo que queima, que é quente. Não podemos elogiar um cristão frio, indiferente, rotineiro, “fazedor de rezas e de tarefas”.

Ora, Francisco de Assis foi uma pessoa fervorosa. Podemos dizer que apaixonou-se por Cristo, isto é, teve os mesmos sentimentos de Cristo. Encantou-se com seu nascimento singelo, com sua mãezinha pobre, com o fato de não ter ele tido uma pedra para reclinar a cabeça. Francisco viveu interiormente a solidão e o abandono de Cristo em sua via sacra até o alto do trono pobre e duro da cruz. Compreendeu que Deus amava tornando-se simples, despojado, pobre. Encantava-se com o Senhor pobre e despojado nas frágeis aparências do pão.

Há, no coração de Francisco, o desejo de amar aquele que não é amado. Famosa a formulação franciscana: O amor não é amado. Se o amor não é amado será preciso tornar-se arauto e divulgador desse amor. Isso se chama zelo missionário ou apostólico. Os franciscanos seculares têm consciência aguda dessa necessidade.

“Devotava a Cristo um amor tão fervente, e seu bem amado lhe correspondia com uma ternura tão familiar que o servo de Deus pensava ter diante dos olhos a presença quase contínua do Salvador. Ele mesmo contou isso confidencialmente, várias vezes, a seus companheiros” (São Boaventura IX,2).

Omer Englebert tentando compreender o que se passou no coração de Francisco no momento de sua conversão, assim escreve: “O que se pode dizer é que, nesse momento, Francisco é um homem que encontrou o amor e que se sente iluminado do alto. E como tal agirá doravante, consentindo em passar por visionário aos olhos dos cegos que andam nas trevas, e cumprindo atos tidos por loucos por parte dos que nunca amaram. Pode-se acrescentar que nele sobreviverão, no que tem de melhor, seus entusiasmos e ambições juvenis. Como um artista que não muda de estilo ao mudar a inspiração, ele não perderá a originalidade nem tampouco sua nobreza. Ele tinha sonhado ser cavaleiro e cavaleiros permanecerá até à morte” (Vida de São Francisco de Assis, EST Edições, Porto Alegre, 2004, p.51).

Pensar em Francisco é pensar em alguém abrasado de amor. Ele foi designado de santo seráfico, por ser semelhante aos serafins, que vivem perto do fogo que é Deus.

Temos que prestar atenção para que nosso amor não seja paixão cega. De outro lado, o que seria um amor por Cristo sem um apaixonado e apaixonante testemunho? Há os que amam Cristo fria e cerebralmente. Há outros que o amam zelosa e apaixonadamente.

(Por: Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM - Assistente Nacional para a OFS e Assistente Regional da OFS do Sudeste II.)

Vôo da Águia


A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver 70 anos. Mas, para chegar a essa idade, aos 40 anos ela tem que tomar uma séria e difícil decisão.


Aos 40 anos ela está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar as presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva. Apontando contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, e voar já é tão difícil! Então, a águia só tem duas alternativas: Morrer... ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar 50 dias.


Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo. Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. E só após cinco meses vai para o famoso vôo de renovação e para viver então mais 30 anos.


Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um vôo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes e outras tradições que nos causaram dor. Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz.

(Autor desconhecido)

A transbordante alegria de Francisco de Assis



Os antigos biógrafos e hagiógrafos de São Francisco de Assis atestam que a sua vida caracterizava-se por uma manifestação de intensa alegria. Segundo Tomás de Celano, a "costumeira alegria" (1Cel 2,5) de Francisco era tão intensa que, para extravasá-la, "de vez em quando, colhia do chão um pedaço de pau e, colocando-o sobre o braço esquerdo, mantinha um pequeno arco curvado por um fio na mão direita, puxando-o sobre o pedaço de pau como sobre um violino e, apresentando para isto movimentos próprios, cantava em francês" (2Cel 90,127).


Assim, através de muitos outros relatos semelhantes, explicita-se que Francisco era "naturalmente sorridente e jovial".
O semblante de Francisco irradiava uma indizível alegria, inclusive nos momentos mais difíceis e até dramáticos de sua existência (1Cel 5,10). Conta-se que um dia, ao caminhar alegremente por um bosque, de repente, foi atacado por ladrões. Bateram nele e o atiraram em um barraco, cheio de muita neve. Mas ele, assim que os ladrões se retiraram, saltou para fora da fossa e, com alegria redobrada, começou a cantar em alta voz louvores ao Criador de todas as coisas (1Cel 7,16). Relata-se também que Francisco conservou sua alegria mesmo no cárcere, em Perúgia. Os seus companheiros de prisão o consideraram um louco porque, "enquanto eles estavam tristes, ele [...] não parecia entristecer-se, mas de certo modo [parecia] alegrar-se" (3Soc 4).


No entanto, relata Celano, que Francisco inflamou-se de peculiar alegria, a ponto de não caber mais em si (1Cel 3,7), ao descobrir a sua razão principal de viver, ou melhor, quando "mostrou-lhe o Senhor o que convinha fazer" (1Cel 3,7). Em outras palavras, alegrou-se sobremaneira quando o Altíssimo "fixou sobre ele o seu olhar" (2Cel 10,12) e lhe revelou que a felicidade (beatitudo) não está no âmbito da fortuna, istoé, na ordem do ter, do poder, do saber, das honras e dos prazeres do corpo, mas do ser. O Altíssimo lhe mostrou que "muito mais felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática" (Lc 11,28). E à medida que Francisco dispôs-se a obedecer à Palavra de Deus, revelou ao mundo que oEvangelho é fonte de inesgostável alegria e que a felicidade nasce da conformidade íntima entre o que se quer e o que se vive.


De fato, o Pobre de Assis alegrou-se muito com a descoberta do dom de sua vocação de ser feliz na sequela Christi. E essa alegria se intensificava sempre mais cada vez que alguém o procurava com o desejo de ser feliz à maneira dele e, "levado pelo espírito (cf Mt 4,1) de Deus, vinha para receber o hábito da santa Religião" (1Cel 12,31). Ele recebia cada irmão benignamente, isto é, como dádiva divina. Basta recordar aqui a peculiar alegria que tomou conta de Francisco quando Frei Bernardo associou-se a ele, pois, "o Senhor parecia ter cuidado dele, dando-lhe o companheiro necessário e o amigo fiel" (1Cel 10,24).


A fraternidade é, portanto, um dom de Deus, bem como é dádiva divina a alegria que extravasam os irmãos à medida em que se unem e, em comunhão dialógica, respondem ao chamado do Senhor de viver e anunciar o Evangelho de Jesus Cristo. A vida em fraternidade é fonte de alegria porque a felicidade está arraigada em ter a quem amar e amá-lo efetivamente. Por conseguinte, na vida humana, ou melhor, na vida em fraternidade existe tanto de alegria quanto há de amor. A caridade é realmente fonte e expressão de alegria, conforme atesta o seguinte relato de Tomás de Celano: "Com quanta caridade os novos discípulos de Cristo se abrasavam! Quão grande amor de companheirismo vigorava neles! Pois, quando se reuniam em algum lugar, ou se encontravam no caminho, como acontece, resplandecia o fogo do amor espiritual, espargindo sobre todo amor as sementes da verdadeira afeição. Como? Abraços castos, afetos suaves, ósculo santo, conversa agradável, riso modesto, fisionomia alegre, olhar simples (cf. Mt 6,22), ânimo suplicante, língua que abranda, resposta delicada (cf. Pr 15,4.1), o mesmo propósito, pronto serviço e mão infatigável" (1Cel 15,38).


O pai Francisco deu tanta importância à atitude de permanente alegria dos frades que a colocou como preceito em sua primeira Regra: "E cuidem [os frades] para não se mostrar exteriormente tristes e sombriamente hipócritas; mas mostrem-se alegres no Senhor (cf. Fl 4,4), sorridentes e convenientemente simpáticos" (RnB 7,16). E os irmãos que apresentavam um rosto desanimado, cabisbaixo, sisudo e triste eram severamente admoestados por Francisco (2Cel 41,128), pois, considerava essas expressões de vida incompatíveis com uma opção de vida segundo o Evangelho de Cristo. Além disso, um irmão acabrunhado, choroso e desolado é facilmente levado a alegrias vãs (2Cel 88,125). Esse torna-se presa fácil dos demônios, visto que, diz Celano, "o demônio exulta acima de tudo, quando pode [roubar] ao servo de Deus a alegria de espírito" (2Cel 88,125).


Por conseguinte, a melhor arma ou o remédio mais eficaz contra toda espécie de vício é a alegria espiritual. E a alegria espiritual radica-se na virtude da caridade. Quem a possui é feliz e "os demônios não podem ofender o servo de Cristo, quando o virem repleto de santa alegria" (2Cel 88,125). Francisco, na Saudação às Virtudes, enfatiza que "a santa caridade confunde todas as tentações diabólicas e carnais e todos os temores (cf. 1Jo 4,18) da carne" (SV 13). Quem possui uma virtude e não ofende asoutras tem todas e com elas confunde todos os vícios e pecados. Foi, portanto, dessa forma que Francisco manteve-se sempre na alegria do coração (2Cel 88,125).


A alegria do coração puro de Francisco e dos seus companheiros transborda para fora dos limites da Fraternidade constituída pelos irmãos na Ordem. Os irmãos, extravasando de alegria divina, vão ao encontro de todos os seres humanos, especialmente dos mais necessitados. É um dever alegrar-se junto aos menos favorecidos, conforme lê-se na Regra não Bulada: "os irmãos devem alegrar-se quando conviverem entre pessoas insignificantes e desprezadas, entre os pobres, fracos, enfermos,leprosos e os que mendigam pela rua" (RnB 9,2).


Todavia, a alegria franciscana deve estender-se natural e necessariamente a todos os seres do universo. Pois, todos têm a sua razão de ser em Deus que os cria livremente e, por isso, são diferentes manifestações da potência, da sabedoria e da suprema bondade de Deus. O sol, a lua, as estrelas, a terra, a água, o fogo e o vento são fontes de admiração e de inefável alegria para Francisco, porque cada criatura, na sua irrepetível singularidade, é conhecida, amada e criada no Filho e pelo Verbo eternode Deus Pai. Enfim, Francisco, após um longo e gigantesco esforço de purificação, exultante de alegria, compôs os louvores ao Criador: "Louvado sejas meu Senhor, com todas as tuas criaturas".


No entanto, a alegria franciscana somente chega ao ápice da perfeição no cumprimento das santíssimas palavras e obras do Senhor: "Amai vossos inimigos e fazei o bem àqueles que vos odeiam" (cf. Mt 5,44)(RnB 22,1). Nosso Senhor promete a eterna alegria como recompensa àqueles que acolhem com amor aos seus inimigos: "Felizes sereis quando vos insultarem e perseguirem e, por minha causa, disserem todo tipo de calúnia contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque grande será a vossa recompensa noscéus" (Mt 5,11-12). A alegria consuma-se, portanto, num amor tão intenso que não apenas suporta, mas abraça pacientemente e de bom coração as injúrias, os opróbrios e desprezos "por causa de Jesus Cristo e da caridade de Deus".


No diálogo de Francisco com Frei Leão acerca da Perfeita Alegria, evidencia-se que o ser humano recebeu do Espírito Santo o carisma de "vencer-se a si mesmo" (Fior 8) até o total abandono de si: "Pai, em tuas mãos entrego meu espírito" (Lc 23, 46). O amor de Deus expresso na Cruz de Jesus Cristo é, portanto, o mistério íntimo da Perfeita Alegria de Francisco e seus primeiros companheiros.


Por fim, evocamos a inaudita alegria que Francisco experimentou nos momentos mais agudos de sofrimento que precederam sua morte corporal. Na iminência da morte, já com o corpo bastante debilitado pela enfermidade, "rindo e alegrando-se, tolerava de muito boa vontade o que era a todos penoso e insuportável olhar" (1Cel 8,107). De fato, a real proximidade da hora extrema da morte não lhe causou tristeza, pois, "tendo amado até o fim os frades seus filhos, recebeu a morte cantando" (2Cel162,214). Assim, Francisco, no auge de sua maturidade humana e espiritual, cheio de esplendor e alegria, de que os irmãos muito se maravilharam, passou da presente à bem-aventurada vida (Fior 6).


Portanto, Francisco possuía, sim, uma índole alegre. Porém, transbordou realmente de "alegria espiritual" (2Cel 88,125) ao optar livremente pelo Evangelho de Jesus Cristo, fonte de genuína e inesgotável alegria. A alegria plena encontra-se na interioridade mais íntima da alma humana, isto é, na "inocência matinal" do total desprendimento e na posse de Deus. A existência de Francisco foi expressão de "inaudita alegria" (2Cel 137,181) porquanto deixou-se impregnar e enlevar pelo espírito da jovialidade de Deus, que amorosamente se humanizou em Jesus Cristo, para que pudéssemos encontrar em sua Cruz a nossa perfeita e eterna alegria.
Por Frei João Mannes, OFM.

domingo, 5 de outubro de 2008

04.10.08 - Nossa Fraternidade participou da Celebração da Eucaristia, comemorando nosso fundador - São Francisco de Assis e a profissão de um irmão


Estamos todos muito felizes pela celebração da Santa Eucaristia, comemorando o Fundador de toda família franciscana do mundo inteiro – São Francisco de Assis.
A alegria e a emoção tornaram-se maior ainda pela celebração da profissão definitiva de mais um irmão de nossa fraternidade – nosso irmão José Augusto.
Nosso Seráfico Pai Francisco ganhou mais um filho, proveniente de nossa fraternidade. E o nosso Pai das Misericórdias recebeu mais um SIM ao seu chamado à prática e vivência do amor através da Ordem Franciscana Secular.
Que Jesus, Maria, Francisco e Clara abençoem você, nosso irmão José Augusto e a sua linda família.
A família franciscana vos saúda, Seráfico Pai Francisco, por seu dia e por nosso irmão hoje professo.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Para sempre seja louvado.
Paz e Bem.

sábado, 4 de outubro de 2008

04/10 - Celebramos São Francisco de Assis. Seráfico Pai, rogai por nós!


Hoje celebramos o dia de nosso Seráfico Pai São Francisco de Assis, fundador das três ordens – Ordem Primeira (a dos Frades Menores), Ordem Segunda (das Irmãs Clarissas) e Ordem Terceira (Ordem Franciscana Secular). A partir dessas três Ordens surgiram várias ramificações, porém, todas seguidoras de Francisco e Clara de Assis, nossos guias espirituais.
Fazemos memória neste dia da morte do Seráfico Pai Francisco, a qual a designou com imenso amor de “Irmã Morte”. E, consoante este sentimento, às vésperas de sua morte, ele inseriu no CÂNTICO DO IRMÃO SOL, os seguintes versos:

“Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a Morte corporal,
Da qual homem algum pode escapar.

Ai dos que morrerem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar
Conformes à tua santíssima vontade,
Porque a morte segunda não lhes fará mal!

Louvai e bendizei a meu Senhor,
E daí-lhe graças,
E servi-o com grande humildade.”

Por isso, todos nós da Família Franciscana, ao mesmo tempo em que fazemos memória, celebramos a vida, pois Francisco através da morte ensina-nos a amá-la e ter os olhos voltados e fixos no Céu, na Vida Eterna, nossa maior alegria, nosso maior bem, nosso maior tesouro.
Posto isto, quero eu e tenho certeza, toda família franciscana, agradecer ao Deus Altíssimo por todas as graças recebidas, através de nossa vocação e por todas as graças que ainda haveremos de receber através dela.
Agradeço a Deus por estar completando hoje três anos de profissão na Ordem Franciscana Secular e hoje renovo o meu SIM a Deus, pelo meu chamado e aos sacramentos. Agradeço pelo dom de minha vida e de todos os meus irmãos fraternos.
Hoje nossa Fraternidade, de Nossa Senhora das Graças, celebrará com muita alegria a profissão de mais um Irmãozinho. E Francisco, nosso Pai Seráfico, ganhará mais um filho nesta fraternidade e em muitas outras do mundo inteiro. Rogo ao amado Pai Seráfico que os receba, de braços abertos, que os abençoem e protejam, que os ajudem e guiem em sua jornada, a partir desse tão precioso SIM que dirão hoje, perante toda comunidade e renovarão seus sacramentos, os santos sacramentos do Senhor Jesus Cristo.
Hoje celebramos a paz, celebramos a vida, o amor, o convívio em fraternidade, em honra e glória ao Deus a Vida, por nos ter contemplado com tão grande bem aqui na terra: SÃO FRANCISCO DE ASSIS, que há 800 anos vem nos ensinando a todos, homens e mulheres, a seguir o Santo Evangelho, à sua maneira, e de forma tão precisa e graciosa.
Hoje, tenhamos em mente, o nosso Amor, Respeito e Doação a todas as criaturas criadas por Deus: os animais, as flores, as plantas, as ervas – mesmo as daninhas, enfim, todos os seres animados e inanimados. Louvemos também aos nossos irmãos ar, o fogo, nossa irmã água, a nossa mãe terra, que nos sustenta e governa. Louvemos às nossas irmãs estrelas, ao irmão sol, tudo o que há no céu, embaixo do céu, no mar, nos rios, nas florestas... no mundo inteiro, tudo que tenha sido tocado e criado pelas mãos amorosas e misericordiosas do Pai Celeste.
Agradeço ao Pai das Misericórdias, pelos irmãos que puseste em minha vida através do Seráfico Pai Francisco. Agradeço pelo dom da vida de todos os meus irmãos, os que estão pertos, longe, os virtuais, que para mim são muito mais que reais. Agradeço por todos que puseste em minha vida para amar e cuidar e para me amar e a cuidar de mim.
Que o Seráfico Pai Francisco nos abençoe a todos, que continue nos ensinando a sermos instrumentos da Paz do Senhor e a sermos homens e mulheres que saibamos honrar nossa remissão na Cruz de Cristo.
São Francisco de Assis rogai por nós!!!