domingo, 10 de maio de 2009

Mães de Coração Franciscano

colagem maria e jesus

1. Uma das pessoas mais importantes de nossa vida e do  mundo é, sem dúvida, a figura da mãe. O tema é vasto e polêmico  e pode ser visto de diferentes maneiras. Não podemos fazer coro com a sociedade de consumo que, de modo particular no mês de maio, faz das mães objeto de consumo.  As lojas mais simples e aquelas de grife esperam sempre um faturamento excepcional por ocasião da festa das mães.  Querem aumentar suas vendas de não sei quantos por cento... com relação ao ano passado....Por isso, nesse tempo cortejam a mãe...simplesmente por interesse...


2. Ser mãe não é uma fatalidade, mas uma vocação. Não basta apenas gerar o corpo da criança. A mãe ( e também o pai) estarão ao lado dos filhos até que esses possam ser pessoas de pé e mesmo depois. A mãe dá suas proteínas e sais minerais, coloca a criança no mundo e, de perto e de longe, acompanha seus passos e descompassos.  Deus sabe como é difícil hoje colocar um filho no mundo e sobretudo educá-lo conforme as coisas do bom senso e do Evangelho, da sabedoria e do Coração de Deus.


3. Há essas preocupações dos primeiros tempos. Há a inexperiência do primeiro filho. Há o cansaço devido ao trabalho fora de casa. Há um marido que pode se fazer presente na vida do lar ou então se omitir completamente. Insistimos: ser mãe não é fatalidade. É uma decisão. A criança só pode chegar ao mundo quando puder se acolhida numa casa, num lar onde pai e mãe se estimam e  estão ali para acolher o mistério da pessoa de cada filhos.


4. Numa dessas instituições de amparo à maternidade encontramos muitas vezes meninas de 12 ou 13 anos que já são mães e ali são acompanhadas por pessoas de boa vontade ou profissionais da medicina. Não é normal que uma criança venha ao mundo em tais condições.  Não podemos aceitar que os meios de comunicação social aceitem o fenômeno do mãesolteirismo com tanta facilidade.


5. A mãe percorre um longo caminho através da vida.  Antes de tudo ela é esposa. Encontrou um homem com o qual decidiu fazer história. Ele é seu esposo, seu marido, seu companheiro. Um casal verdadeiramente conjugal é a melhor garantia do sucesso do acompanhamento e da educação do filho. O filho não pode ser uma fuga da vida conjugal da mulher....


6. Aparecem, no começo, os sinais da gravidez, os meses todos, os primeiros anos, a escola, a catequese, as companhias, o despertar da adolescência, a catequese, a primeira comunhão, os estudos superiores, as saídas à noite, o tempo de namoro, o casamento bem ou mal sucedido, os netos.... A mulher nunca acaba de ser mãe...E quando está para morrer, bem idosa, ainda tem uma séria preocupação. Seus dois filhos não se falam... Como poderá ela morrer em paz quando seus filhos, esses dois que saíram de seu ventre, não se falam, não se estimam?


7. Penso naquela senhora que é chamada a reconhecer o corpo do filho no IML. Ela chega com seu chinelo de dedo e procura entre os corpos o corpo de seu filho, que, segundo lhe informaram, estava numa das dependências do dito instituto. “Meu marido morreu e eu tive que criar esse menino e duas garotas... Sebastião estava sumido há algum tempo...mais de dois anos. Estava nas drogas. Deve ter roubado e matado. O menino que saiu de meu ventre que eu tanto amo e que, certamente, matou... Esse corpo é de meu filho Sebastião, corpo tão parecido com o corpo de meu marido e com essa cicatriz perto dos olhos devido a um arranhão numa cerca de arame farpado.. Podem enterrar... eu não tenho condições de providenciar para meu filho nem mesmo um caixão...”


8. Precisamos sempre de novo insistir no tema das mães cristãs. O mundo vive um momento de transformação e, no seio da família, ainda é possível transmitir os elementos necessários para que as crianças aceitem a fé cristã em suas vidas. No meio de tanta perplexidade será importante que as crianças tenham um ponto de referência cristã na figura de suas mães.  A mãe será, antes de tudo, uma discípula de Jesus e não apenas alguém que tem sentimentos religiosos mais ou menos vagos. Insistimos: que a mãe seja discípula de Jesus.  Ela poderá e deverá se revestir das cores e dos traços do Evangelho:  despojamento, serviço, disponibilidade, humildade, simplicidade, espírito de perdão e misericórdia.  A mãe cristã respeita  a liberdade dos filhos, se faz discretamente presente em sua história e em sua vida, tem a habilidade de mostrar aos filhos, sobretudo pelo seu testemunho, que Cristo é o sentido de sua vida e pode ter também deles, desses que são seus filhos.


9. Neste contexto poderíamos falar também traços franciscanos no perfil de uma mulher mãe:
• Num mundo de individualismo e de salve-se-quem-puder uma mãe franciscana despertará o interesse pelos outros, como Francisco tinha pelas coisas, pelas pessoas, pela obra de Deus. Fará de sua casa um laboratório de prestação de serviços e de mútua solidariedade.
• Num mundo de indiferentismo a mãe franciscana saberá dizer que os irmãos, as pessoas se amem precisamente com um amor de mãe como Francisco queria que os frades se amassem.
• Franciscanamente a mãe transmite carinho pela Eucaristia e fé nos sacerdotes, como era o estilo de Francisco. Ela leva os filhos ao templo, aponta para a lamparina vermelha e pede que os filhos aprendam aquela belíssima oração: “Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus....”.
• A mãe franciscana ensina aos filhos o cuidado pelos mais abandonados, assim como Francisco cuidou dos leprosos.  Muitas vezes ele os leva até certos lugares onde possam ser consolo dos que sofrem e voz dos sem voz.
• Uma mãe franciscana, neste tempo de desrespeito pela natureza, pelo criado, pelas matas e pela água  cria em casa um senso aguçado de  atenção pela conservação e preservação da natureza.
• Num mundo de consumo, numa sociedade que transforma as pessoas em objeto de consumo, a mãe franciscana vive a simplicidade, a partilha, o despojamento, a parcimônia...Os  filhos não serão melhores  porque fizeram viagens a Disney World.  Não dá mais para ver essas mães que fazem de seus filhos escravos da aparência e gente sem personalidade.
• A mães da terra trazem em seu semblante traços da mãe de Jesus, de Maria de Nazaré.


Por: (*) Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM é Assistente Nacional para a OFS e Assistente Regional da OFS do Sudeste II

Fonte: Franciscanos

MARIA – PRIMEIRO SACRÁRIO VIVO DO SENHOR.

DEUS QUIZ QUE TODAS AS MULHERES TIVESSEM TRAÇOS DA MÃE DE JESUS. ASSIM SEJA!

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