“Que vos parece? Se um homem possui cem ovelhas e uma delas se extravia, não deixa ele as noventa e nove nos montes e vai à procura da extraviada?”( Mt 18, )Sinto meu coração em chagas ao ver pessoas que foram criadas praticamente dentro da Igreja, hoje tão afastadas do ideal Evangélico.Penso no que poderia ter levado essas pessoas a se afastarem do que, a olhos vistos por todos que as conhecem, aparentavam ser tão felizes e agora, tão longe do nosso Rei, de nossa Rainha...de nossos Anjos e Santos intercessores e protetores, entregaram-se às vicissitudes do mundo.Penso também na imensa dor que Jesus sente ao ver seus filhinhos tão longe de seus braços, de sua casa, de não comungarem e honrarem seu Santíssimo Sacramento. Ou se o fazem, assim fazem sem a devida honra, respeito e tudo o mais que merece quem nos dá a graça. Sei que nenhum de nós é digno e não comungamos porque assim o somos, mas porque precisamos. E se tomamos a decisão de fazê-lo, ao menos façamos com toda honra e reverência que a Ele devemos.Tenho observado que existem “católicos festeiros”, ou seja, aqueles que se dizem católicos, mas que só aparecem na Igreja em dias de festas para servir. Então procuram um sacerdote para se confessar, depois se dirigem ao altar para receber a Eucaristia, servem em alguma atividade da Igreja e se sentem orgulhosos e exaltados por isso. Terminou a festa, somem da Igreja e “servem ao mundo”. Após isso, é só esperar nova festa cristã para começar o mesmo ritual: confessar-se, comungar, servir e “sumir”.“Por isso, quem comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente se tornará culpado para com o corpo e o sangue do Senhor. Examine-se cada um a si mesmo, antes de comer deste pão e beber deste cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo come e bebe a própria condenação.”(1Cor11, 27-29)Se forem pessoas que nunca tiveram um contato verdadeiro e direto com a Igreja, a cobrança seria menor por parte do Senhor. Mas pessoas que conheceram o seu Amor e o trocaram pelo “amor do mundo”! A estes, muito mais lhes será cobrado pelo que recebeu. Sei que as artimanhas do Encardido são grandes, porém, incomparáveis ao Amor e o Poder de Deus.“ Pois a todo homem que tem será dado, e estará na superabundância; mas àquele que não tem, mesmo o que tem lhe será tirado.” (Mt 25, 29)O que existe no mundo de tão atrativo, a ponto das pessoas que conheceram a Palavra, trocaram-na pelo que é falso e passageiro?Muitos falam em recuperar o tempo perdido. Perder tempo é acolher o pecado, desprezando a Palavra e denegrindo seus mandamentos.O que o mundo oferece e nos afasta do ideal evangélico é enganador, pois vem disfarçado de algo que é bom. Mas não se iludam. Tudo isso passa.O prazer e a alegria que um cristão busca está num Reino que jamais terá fim. Onde não há lágrimas, nem dor, nem tribulação, muito menos falsos prazeres, falsas alegrias, falsos sentimentos. A verdadeira felicidade está onde mora o Amor, que é Deus e esta não terá fim.O que fazer para reconduzir essas ovelhinhas desgarradas ao rebanho do Senhor, quando nossas forças parecem esgotadas, sem terem alcançado resultado favorável?Penso eu: jejum, oração e joelho no chão, pois a oração tem poder. E o poder é maior ainda quando essas pessoas são muito queridas por nós. “Nada é impossível para quem crê”. Assim fala o Senhor. Oremos todos por essas pessoas, por suas vidas, suas vocações, seus problemas e os entregamos aos desígnios de Deus e à ação do Espírito Santo. E se o Espírito de Deus nos disser que ainda há o que fazer, recomecemos, porque até agora nada fizemos.
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