Começa um novo ano. Nós, do turbilhão das “festas de fim de ano”, estamos prontos a recomeçar. Voltamos ao trabalho e às mais diversas atividades com promessas de um ano melhor. Às vezes traçamos metas, às vezes são só sonhos, outras uma remota esperança, de que este ano vai ser aquele que vai mudar definitivamente as nossas vidas. O fato é que todos nós esperamos algo, e algumas vezes nem sabemos o quê.
A festa da manifestação do Senhor (Epifania) pode ser uma resposta a tudo aquilo que almejamos. Esta nos convida a acolhermos como Rei, Salvador e Deus, o menino que nos foi dado no Natal, aquele que é o Príncipe da paz. E Isaías ainda diz: Põe-te em pé, resplandece, porque a tua luz é chegada.
O Senhor Deus se manifesta a nós, criaturas suas, por meio de seu Filho, tão pequeno, mas já adorável (posto que os reis-magos o adoraram, ou seja, reconheceram-no como Deus). Qual será a nossa resposta? Ou melhor, voltando ao tema das expectativas do ano novo, Quais as metas que traçamos? Quais são nossos sonhos? Qual é a nossa esperança? Estas são só metas pessoais, buscando conforto, estabilidade e sorrisos? Ou a confrontamos com a revelação do Pequeno-Deus? Onde está o rei dos judeus recém-nascido?
Não quero dizer que as metas, sonhos e esperanças pessoais de felicidade sejam vãs. Mas quero sobretudo enfatizar que não podemos vivê-las como se Deus não estivesse conosco (Emanuel). Temos um longo ano pela frente, e deveríamos colocá-lo todo ante o mistério de Cristo: Nascimento, manifestação, batismo, ensinamentos, paixão, morte, ressurreição, ascensão...
Não nos iludamos, tudo isto deve acontecer neste ano, de uma forma ou de outra; com ênfase ora num mistério, ora em outro. Quantas alegrias nos aguardam! Quantos nascimentos (seja de vidas ou de projetos)! Quantos renascimentos! Quanto vamos aprender! ... Mas como disse, não nos iludamos: Quantos sofrimentos! Derrotas... Mas como cristãos cremos que a esperança não decepciona; Cremos na Ressurreição!
Para o seguidor de Jesus de Nazaré, pensar um novo ano é colocá-lo antes de tudo nas mãos do Pai: Todos os nossos sonhos, se não compartilhados com a nossa fé, serão um fracasso, mesmo que tenham êxito. Também as nossas metas, colocadas nas mãos de Deus, mesmo que não alcançadas, serão vitórias.
Por isso peçamos ao Senhor, na festa da sua manifestação, que Ele esteja sempre conosco; e cuidemos para que Ele, querendo manifestar a sua glória em nós, tenha espaço na nossa vida. Que o seguimento Dele seja feito conforme o exemplo de Sua Mãe, que guardava tudo em seu coração, e na incerteza do “ano” que se iniciava dizia: Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.
Por: Flávio Jose de Paula - ofs
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