segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Perfeita Alegria


Cai a tarde de inverno impiedoso e Francisco e Leão sob a neve caminham
Vão tornando a Santa Maria com fome e com frio ao final de outro dia
Frei Leão vai na frente ligeiro, Frei Francisco o chama e lhe diz:
Frei Leão toma nota se queres saber o que é a perfeita alegria
Se nós tivermos a graça de Deus, de pregar o Evangelho e a cruz
E por obras e exemplos pudermos levar a Jesus
E convertermos os homens à fé, até mesmo os de mau coração
Frei Leão isto ainda não é a perfeita alegria
Imagine, Leão, que Deus nos tenha dado a graça de a todos curar
De fazer ver aos cegos, e aos coxos andar, surdos ouvir e mudos falar
E que até os demônios fugissem ao comando do nosso olhar
E que os mortos nós ressuscitássemos. Isto não é a perfeita alegria
E se falássemos todas as línguas, com o dom de bem comunicar
Transformando os reinos da terra em reinos de paz
E se soubéssemos toda ciência e os segredos da terra e do mar
Frei Leão, isto ainda não é a perfeita alegria

Mas então, Pai Francisco, o que é a perfeita alegria?

Se ao chegarmos ao nosso convento e batermos depressa esperando entrar
E o porteiro do lado de dentro ao invés de abrir põe- se assim a falar:
Quem sois vós, que assim importunos, nesta hora nos incomodais?
Somos nós teus irmãos, Frei Leão e Francisco, que chegam e querem entrar
E Frei Leão se o porteiro disser que é mentira e que não abrirá
Que encontremos um outro lugar em um canto qualquer
E se nós diante da porta fechada sob a noite e a neve que cai
Conservarmos a paz, isto é a perfeita alegria!
Mas se nós insistirmos em prantos: Que abra, que tenha piedade de nós!
Pois com fome e tão necessitados , na noite não temos consolo e lugar
E se então o porteiro sair, empunhando um bastão, e gritar
E bater em você e em mim muito mais, nos deixando no chão a chorar
E Frei Leão, se for Deus que tal faz, que nos deixa na noite e na cruz
Se entendermos que este abandono imita Jesus
E se nós diante da porta fechada sob a noite e a neve que cai
Conservarmos a paz, isto é a perfeita alegria!
(Frei Luís Carlos Susin)

sábado, 25 de outubro de 2008

Quando se ama apaixonadamente


A paixão é cega e cega os que se deixam dominar por ela. Temos, até certo ponto, medo dos apaixonados. Nem sempre as ditas pessoas apaixonadas dão provas de um certo equilíbrio. Há mesmo muitos crimes passionais. Com muita facilidade se pode passar do amor paixão ao ódio visceral. O amor-paixão pode ser perigoso. Pode destruir e não construir.

E, no entanto, não pode haver amor morno para Cristo e para o Evangelho. Há uma palavra dura do Apocalipse que sempre nos questiona. A testemunha fiel, o Amém, assim se dirige ao anjo da Igreja de Laodicéia: “Conheço as tuas obras. Oxalá, fosses frio ou quente. Mas porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te de minha boca” (Ap 3,14-15). Nos últimos tempos temos ouvido e lido muito a respeito da expressão “ardor”, “novo ardor”. Quem fala em ardor pensa naquilo que queima, que é quente. Não podemos elogiar um cristão frio, indiferente, rotineiro, “fazedor de rezas e de tarefas”.

Ora, Francisco de Assis foi uma pessoa fervorosa. Podemos dizer que apaixonou-se por Cristo, isto é, teve os mesmos sentimentos de Cristo. Encantou-se com seu nascimento singelo, com sua mãezinha pobre, com o fato de não ter ele tido uma pedra para reclinar a cabeça. Francisco viveu interiormente a solidão e o abandono de Cristo em sua via sacra até o alto do trono pobre e duro da cruz. Compreendeu que Deus amava tornando-se simples, despojado, pobre. Encantava-se com o Senhor pobre e despojado nas frágeis aparências do pão.

Há, no coração de Francisco, o desejo de amar aquele que não é amado. Famosa a formulação franciscana: O amor não é amado. Se o amor não é amado será preciso tornar-se arauto e divulgador desse amor. Isso se chama zelo missionário ou apostólico. Os franciscanos seculares têm consciência aguda dessa necessidade.

“Devotava a Cristo um amor tão fervente, e seu bem amado lhe correspondia com uma ternura tão familiar que o servo de Deus pensava ter diante dos olhos a presença quase contínua do Salvador. Ele mesmo contou isso confidencialmente, várias vezes, a seus companheiros” (São Boaventura IX,2).

Omer Englebert tentando compreender o que se passou no coração de Francisco no momento de sua conversão, assim escreve: “O que se pode dizer é que, nesse momento, Francisco é um homem que encontrou o amor e que se sente iluminado do alto. E como tal agirá doravante, consentindo em passar por visionário aos olhos dos cegos que andam nas trevas, e cumprindo atos tidos por loucos por parte dos que nunca amaram. Pode-se acrescentar que nele sobreviverão, no que tem de melhor, seus entusiasmos e ambições juvenis. Como um artista que não muda de estilo ao mudar a inspiração, ele não perderá a originalidade nem tampouco sua nobreza. Ele tinha sonhado ser cavaleiro e cavaleiros permanecerá até à morte” (Vida de São Francisco de Assis, EST Edições, Porto Alegre, 2004, p.51).

Pensar em Francisco é pensar em alguém abrasado de amor. Ele foi designado de santo seráfico, por ser semelhante aos serafins, que vivem perto do fogo que é Deus.

Temos que prestar atenção para que nosso amor não seja paixão cega. De outro lado, o que seria um amor por Cristo sem um apaixonado e apaixonante testemunho? Há os que amam Cristo fria e cerebralmente. Há outros que o amam zelosa e apaixonadamente.

(Por: Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM - Assistente Nacional para a OFS e Assistente Regional da OFS do Sudeste II.)

Vôo da Águia


A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver 70 anos. Mas, para chegar a essa idade, aos 40 anos ela tem que tomar uma séria e difícil decisão.


Aos 40 anos ela está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar as presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva. Apontando contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, e voar já é tão difícil! Então, a águia só tem duas alternativas: Morrer... ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar 50 dias.


Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo. Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. E só após cinco meses vai para o famoso vôo de renovação e para viver então mais 30 anos.


Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um vôo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes e outras tradições que nos causaram dor. Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz.

(Autor desconhecido)

A transbordante alegria de Francisco de Assis



Os antigos biógrafos e hagiógrafos de São Francisco de Assis atestam que a sua vida caracterizava-se por uma manifestação de intensa alegria. Segundo Tomás de Celano, a "costumeira alegria" (1Cel 2,5) de Francisco era tão intensa que, para extravasá-la, "de vez em quando, colhia do chão um pedaço de pau e, colocando-o sobre o braço esquerdo, mantinha um pequeno arco curvado por um fio na mão direita, puxando-o sobre o pedaço de pau como sobre um violino e, apresentando para isto movimentos próprios, cantava em francês" (2Cel 90,127).


Assim, através de muitos outros relatos semelhantes, explicita-se que Francisco era "naturalmente sorridente e jovial".
O semblante de Francisco irradiava uma indizível alegria, inclusive nos momentos mais difíceis e até dramáticos de sua existência (1Cel 5,10). Conta-se que um dia, ao caminhar alegremente por um bosque, de repente, foi atacado por ladrões. Bateram nele e o atiraram em um barraco, cheio de muita neve. Mas ele, assim que os ladrões se retiraram, saltou para fora da fossa e, com alegria redobrada, começou a cantar em alta voz louvores ao Criador de todas as coisas (1Cel 7,16). Relata-se também que Francisco conservou sua alegria mesmo no cárcere, em Perúgia. Os seus companheiros de prisão o consideraram um louco porque, "enquanto eles estavam tristes, ele [...] não parecia entristecer-se, mas de certo modo [parecia] alegrar-se" (3Soc 4).


No entanto, relata Celano, que Francisco inflamou-se de peculiar alegria, a ponto de não caber mais em si (1Cel 3,7), ao descobrir a sua razão principal de viver, ou melhor, quando "mostrou-lhe o Senhor o que convinha fazer" (1Cel 3,7). Em outras palavras, alegrou-se sobremaneira quando o Altíssimo "fixou sobre ele o seu olhar" (2Cel 10,12) e lhe revelou que a felicidade (beatitudo) não está no âmbito da fortuna, istoé, na ordem do ter, do poder, do saber, das honras e dos prazeres do corpo, mas do ser. O Altíssimo lhe mostrou que "muito mais felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática" (Lc 11,28). E à medida que Francisco dispôs-se a obedecer à Palavra de Deus, revelou ao mundo que oEvangelho é fonte de inesgostável alegria e que a felicidade nasce da conformidade íntima entre o que se quer e o que se vive.


De fato, o Pobre de Assis alegrou-se muito com a descoberta do dom de sua vocação de ser feliz na sequela Christi. E essa alegria se intensificava sempre mais cada vez que alguém o procurava com o desejo de ser feliz à maneira dele e, "levado pelo espírito (cf Mt 4,1) de Deus, vinha para receber o hábito da santa Religião" (1Cel 12,31). Ele recebia cada irmão benignamente, isto é, como dádiva divina. Basta recordar aqui a peculiar alegria que tomou conta de Francisco quando Frei Bernardo associou-se a ele, pois, "o Senhor parecia ter cuidado dele, dando-lhe o companheiro necessário e o amigo fiel" (1Cel 10,24).


A fraternidade é, portanto, um dom de Deus, bem como é dádiva divina a alegria que extravasam os irmãos à medida em que se unem e, em comunhão dialógica, respondem ao chamado do Senhor de viver e anunciar o Evangelho de Jesus Cristo. A vida em fraternidade é fonte de alegria porque a felicidade está arraigada em ter a quem amar e amá-lo efetivamente. Por conseguinte, na vida humana, ou melhor, na vida em fraternidade existe tanto de alegria quanto há de amor. A caridade é realmente fonte e expressão de alegria, conforme atesta o seguinte relato de Tomás de Celano: "Com quanta caridade os novos discípulos de Cristo se abrasavam! Quão grande amor de companheirismo vigorava neles! Pois, quando se reuniam em algum lugar, ou se encontravam no caminho, como acontece, resplandecia o fogo do amor espiritual, espargindo sobre todo amor as sementes da verdadeira afeição. Como? Abraços castos, afetos suaves, ósculo santo, conversa agradável, riso modesto, fisionomia alegre, olhar simples (cf. Mt 6,22), ânimo suplicante, língua que abranda, resposta delicada (cf. Pr 15,4.1), o mesmo propósito, pronto serviço e mão infatigável" (1Cel 15,38).


O pai Francisco deu tanta importância à atitude de permanente alegria dos frades que a colocou como preceito em sua primeira Regra: "E cuidem [os frades] para não se mostrar exteriormente tristes e sombriamente hipócritas; mas mostrem-se alegres no Senhor (cf. Fl 4,4), sorridentes e convenientemente simpáticos" (RnB 7,16). E os irmãos que apresentavam um rosto desanimado, cabisbaixo, sisudo e triste eram severamente admoestados por Francisco (2Cel 41,128), pois, considerava essas expressões de vida incompatíveis com uma opção de vida segundo o Evangelho de Cristo. Além disso, um irmão acabrunhado, choroso e desolado é facilmente levado a alegrias vãs (2Cel 88,125). Esse torna-se presa fácil dos demônios, visto que, diz Celano, "o demônio exulta acima de tudo, quando pode [roubar] ao servo de Deus a alegria de espírito" (2Cel 88,125).


Por conseguinte, a melhor arma ou o remédio mais eficaz contra toda espécie de vício é a alegria espiritual. E a alegria espiritual radica-se na virtude da caridade. Quem a possui é feliz e "os demônios não podem ofender o servo de Cristo, quando o virem repleto de santa alegria" (2Cel 88,125). Francisco, na Saudação às Virtudes, enfatiza que "a santa caridade confunde todas as tentações diabólicas e carnais e todos os temores (cf. 1Jo 4,18) da carne" (SV 13). Quem possui uma virtude e não ofende asoutras tem todas e com elas confunde todos os vícios e pecados. Foi, portanto, dessa forma que Francisco manteve-se sempre na alegria do coração (2Cel 88,125).


A alegria do coração puro de Francisco e dos seus companheiros transborda para fora dos limites da Fraternidade constituída pelos irmãos na Ordem. Os irmãos, extravasando de alegria divina, vão ao encontro de todos os seres humanos, especialmente dos mais necessitados. É um dever alegrar-se junto aos menos favorecidos, conforme lê-se na Regra não Bulada: "os irmãos devem alegrar-se quando conviverem entre pessoas insignificantes e desprezadas, entre os pobres, fracos, enfermos,leprosos e os que mendigam pela rua" (RnB 9,2).


Todavia, a alegria franciscana deve estender-se natural e necessariamente a todos os seres do universo. Pois, todos têm a sua razão de ser em Deus que os cria livremente e, por isso, são diferentes manifestações da potência, da sabedoria e da suprema bondade de Deus. O sol, a lua, as estrelas, a terra, a água, o fogo e o vento são fontes de admiração e de inefável alegria para Francisco, porque cada criatura, na sua irrepetível singularidade, é conhecida, amada e criada no Filho e pelo Verbo eternode Deus Pai. Enfim, Francisco, após um longo e gigantesco esforço de purificação, exultante de alegria, compôs os louvores ao Criador: "Louvado sejas meu Senhor, com todas as tuas criaturas".


No entanto, a alegria franciscana somente chega ao ápice da perfeição no cumprimento das santíssimas palavras e obras do Senhor: "Amai vossos inimigos e fazei o bem àqueles que vos odeiam" (cf. Mt 5,44)(RnB 22,1). Nosso Senhor promete a eterna alegria como recompensa àqueles que acolhem com amor aos seus inimigos: "Felizes sereis quando vos insultarem e perseguirem e, por minha causa, disserem todo tipo de calúnia contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque grande será a vossa recompensa noscéus" (Mt 5,11-12). A alegria consuma-se, portanto, num amor tão intenso que não apenas suporta, mas abraça pacientemente e de bom coração as injúrias, os opróbrios e desprezos "por causa de Jesus Cristo e da caridade de Deus".


No diálogo de Francisco com Frei Leão acerca da Perfeita Alegria, evidencia-se que o ser humano recebeu do Espírito Santo o carisma de "vencer-se a si mesmo" (Fior 8) até o total abandono de si: "Pai, em tuas mãos entrego meu espírito" (Lc 23, 46). O amor de Deus expresso na Cruz de Jesus Cristo é, portanto, o mistério íntimo da Perfeita Alegria de Francisco e seus primeiros companheiros.


Por fim, evocamos a inaudita alegria que Francisco experimentou nos momentos mais agudos de sofrimento que precederam sua morte corporal. Na iminência da morte, já com o corpo bastante debilitado pela enfermidade, "rindo e alegrando-se, tolerava de muito boa vontade o que era a todos penoso e insuportável olhar" (1Cel 8,107). De fato, a real proximidade da hora extrema da morte não lhe causou tristeza, pois, "tendo amado até o fim os frades seus filhos, recebeu a morte cantando" (2Cel162,214). Assim, Francisco, no auge de sua maturidade humana e espiritual, cheio de esplendor e alegria, de que os irmãos muito se maravilharam, passou da presente à bem-aventurada vida (Fior 6).


Portanto, Francisco possuía, sim, uma índole alegre. Porém, transbordou realmente de "alegria espiritual" (2Cel 88,125) ao optar livremente pelo Evangelho de Jesus Cristo, fonte de genuína e inesgotável alegria. A alegria plena encontra-se na interioridade mais íntima da alma humana, isto é, na "inocência matinal" do total desprendimento e na posse de Deus. A existência de Francisco foi expressão de "inaudita alegria" (2Cel 137,181) porquanto deixou-se impregnar e enlevar pelo espírito da jovialidade de Deus, que amorosamente se humanizou em Jesus Cristo, para que pudéssemos encontrar em sua Cruz a nossa perfeita e eterna alegria.
Por Frei João Mannes, OFM.

domingo, 5 de outubro de 2008

04.10.08 - Nossa Fraternidade participou da Celebração da Eucaristia, comemorando nosso fundador - São Francisco de Assis e a profissão de um irmão


Estamos todos muito felizes pela celebração da Santa Eucaristia, comemorando o Fundador de toda família franciscana do mundo inteiro – São Francisco de Assis.
A alegria e a emoção tornaram-se maior ainda pela celebração da profissão definitiva de mais um irmão de nossa fraternidade – nosso irmão José Augusto.
Nosso Seráfico Pai Francisco ganhou mais um filho, proveniente de nossa fraternidade. E o nosso Pai das Misericórdias recebeu mais um SIM ao seu chamado à prática e vivência do amor através da Ordem Franciscana Secular.
Que Jesus, Maria, Francisco e Clara abençoem você, nosso irmão José Augusto e a sua linda família.
A família franciscana vos saúda, Seráfico Pai Francisco, por seu dia e por nosso irmão hoje professo.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Para sempre seja louvado.
Paz e Bem.

sábado, 4 de outubro de 2008

04/10 - Celebramos São Francisco de Assis. Seráfico Pai, rogai por nós!


Hoje celebramos o dia de nosso Seráfico Pai São Francisco de Assis, fundador das três ordens – Ordem Primeira (a dos Frades Menores), Ordem Segunda (das Irmãs Clarissas) e Ordem Terceira (Ordem Franciscana Secular). A partir dessas três Ordens surgiram várias ramificações, porém, todas seguidoras de Francisco e Clara de Assis, nossos guias espirituais.
Fazemos memória neste dia da morte do Seráfico Pai Francisco, a qual a designou com imenso amor de “Irmã Morte”. E, consoante este sentimento, às vésperas de sua morte, ele inseriu no CÂNTICO DO IRMÃO SOL, os seguintes versos:

“Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a Morte corporal,
Da qual homem algum pode escapar.

Ai dos que morrerem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar
Conformes à tua santíssima vontade,
Porque a morte segunda não lhes fará mal!

Louvai e bendizei a meu Senhor,
E daí-lhe graças,
E servi-o com grande humildade.”

Por isso, todos nós da Família Franciscana, ao mesmo tempo em que fazemos memória, celebramos a vida, pois Francisco através da morte ensina-nos a amá-la e ter os olhos voltados e fixos no Céu, na Vida Eterna, nossa maior alegria, nosso maior bem, nosso maior tesouro.
Posto isto, quero eu e tenho certeza, toda família franciscana, agradecer ao Deus Altíssimo por todas as graças recebidas, através de nossa vocação e por todas as graças que ainda haveremos de receber através dela.
Agradeço a Deus por estar completando hoje três anos de profissão na Ordem Franciscana Secular e hoje renovo o meu SIM a Deus, pelo meu chamado e aos sacramentos. Agradeço pelo dom de minha vida e de todos os meus irmãos fraternos.
Hoje nossa Fraternidade, de Nossa Senhora das Graças, celebrará com muita alegria a profissão de mais um Irmãozinho. E Francisco, nosso Pai Seráfico, ganhará mais um filho nesta fraternidade e em muitas outras do mundo inteiro. Rogo ao amado Pai Seráfico que os receba, de braços abertos, que os abençoem e protejam, que os ajudem e guiem em sua jornada, a partir desse tão precioso SIM que dirão hoje, perante toda comunidade e renovarão seus sacramentos, os santos sacramentos do Senhor Jesus Cristo.
Hoje celebramos a paz, celebramos a vida, o amor, o convívio em fraternidade, em honra e glória ao Deus a Vida, por nos ter contemplado com tão grande bem aqui na terra: SÃO FRANCISCO DE ASSIS, que há 800 anos vem nos ensinando a todos, homens e mulheres, a seguir o Santo Evangelho, à sua maneira, e de forma tão precisa e graciosa.
Hoje, tenhamos em mente, o nosso Amor, Respeito e Doação a todas as criaturas criadas por Deus: os animais, as flores, as plantas, as ervas – mesmo as daninhas, enfim, todos os seres animados e inanimados. Louvemos também aos nossos irmãos ar, o fogo, nossa irmã água, a nossa mãe terra, que nos sustenta e governa. Louvemos às nossas irmãs estrelas, ao irmão sol, tudo o que há no céu, embaixo do céu, no mar, nos rios, nas florestas... no mundo inteiro, tudo que tenha sido tocado e criado pelas mãos amorosas e misericordiosas do Pai Celeste.
Agradeço ao Pai das Misericórdias, pelos irmãos que puseste em minha vida através do Seráfico Pai Francisco. Agradeço pelo dom da vida de todos os meus irmãos, os que estão pertos, longe, os virtuais, que para mim são muito mais que reais. Agradeço por todos que puseste em minha vida para amar e cuidar e para me amar e a cuidar de mim.
Que o Seráfico Pai Francisco nos abençoe a todos, que continue nos ensinando a sermos instrumentos da Paz do Senhor e a sermos homens e mulheres que saibamos honrar nossa remissão na Cruz de Cristo.
São Francisco de Assis rogai por nós!!!